Apologia da elegância
Quando utilizamos a adjectivo elegante, na maioria das vezes, referimo-nos a alguém ou alguma coisa muito concreta – uma mulher, um homem, um candeeiro, uma jarra, uma escrita, um filme, uma escultura etc.
Cada um de nós pode ser dono de muitas coisas elegantes, desde que tenha dinheiro e bom gosto.
Muito mais raro é usarmos o mesmo adjectivo para qualificar um substantivo abstracto, e há muitas outras coisas que não se compram - ou estão em nós, ou não estão.
Falo de atitude, por exemplo.
Uma atitude elegante, revela, antes de mais, respeito por nós próprios, pela vida em geral e pelas suas inexoráveis leis.
Ninguém é insubstituível, ninguém é eterno, ninguém vive para sempre na plenitude das suas capacidades.
Se fomos grandes, saber sair de cena no momento certo é a mais elegante atitude que podemos ter na vida.
Não é fácil, mas é belo, grandioso e… elegante.
A prova de que não é fácil tem-nos sido dada por estes dias, por duas figuras de projecção mundial: Joe Biden e Cristiano Ronaldo.