Ferrugem
A foto é minha mas pode levar
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A foto é minha mas pode levar
A menina de 6 anos, que tem um único irmão de 7, perdeu-se na praia.
O sistema de comunicação entre banheiros funcionou na perfeição e a menina, rapidamente, foi encontrada.
Sobrou o susto e a humilhação que a faziam soluçar.
Toda a família ofereceu generosos abraços que foram aceite com relutância, e sem conseguirem parar os soluços.
Até que a menina, vendo o seu irmão esticado ao sol, de barriga para baixo na sua toalha, depois de também muito se ter assustado, deitou-se sobre ele, pousou-lhe a cabeça no tronco, relaxou os braços e, ali, pele com pele, os soluços foram parando, até cessarem.
Tudo foi silencioso e durou poucos minutos.
O verdadeiro consolo tinha sido encontrado.
Depois, ora, depois, as brincadeiras continuaram.
Leio:
"O Japão recebeu 17,7 milhões de visitantes no primeiro semestre do ano, batendo o recorde histórico do país em número de turistas, anunciaram esta sexta-feira as autoridades nipónicas."
Observador
Sempre ouvi dizer que, se conhecermos melhor "o outro", estaremos menos dispostos a guerrear com ele.
Ora, o mundo parece estar louco por viajar, como esta notícia deixa perceber, a Europa está a deitar por fora com turistas, mas eu não sinto menor animosidade para com o tal "outro".
Ao contrário, sinto-me sentada em cima do vulcão que nos vai fritar a todos enquanto, cada um por si, faz as suas fotografias e as aprecia logo de seguida no smartphone.
Boa sorte para nós todos.
Fim de estação
Créditos. @voyage_provocateur
Saíram todos.
O silêncio é tão profundo quanto doce e apaziguador.
Não há gritos infantis, carros e motas como que desistiram da estrada lá ao longe, e até as rolas calaram o seu monótono gemido.
Uma brisa quase furtiva arreda um pouco os muitos graus centígrados; fico-lhe reconhecida pelo delicado afago nos meus pés e pernas nuas
Dentro e fora tudo parou. Por breves, raros, e preciosos momentos, acredito que vivo o fim e o princípio do tempo.