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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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Última Paragem

24
Out22

Serviços públicos

Maria J. Lourinho

Liguei para o Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa, para saber do andamento da administração de vacinas covid e gripe.

Atendeu-me um concidadão cujo fraseado e vocabulário me sugeriam que, primeiro, o concidadão tinha ido pôr o gado no pasto, e depois seguiu para atender o telefone do Centro de Saúde. Duas actividade meritórias, se bem feitas.

O concidadão informa-me que as vacinas estavam a ser ministradas "no centro religioso Endu, em Telheiras".

Não percebi mas procurei na internet o tal centro. Nada. Voltei a ligar pedindo que soletrasse, pediu para esperar e, de seguida, desligou o telefone.

Dei voltas ao miolo e à internet, até que me lembrei de fazer a mesma pergunta ligando para a minha Junta de Freguesia.

Fui muito bem atendida e fiquei a saber que posso ir tomar as vacinas ao "centro comunitário Hindu", em Telheiras.

Ora bom, ainda há serviços públicos, e serviços públicos.

01
Jul21

Pergunta

Maria J. Lourinho

Screenshot_20210701-101518_Messages.jpg

Recebi este SMS hoje de manhã, como se pode ver. Ora, eu não agendei nada porque estou vacinada com as duas doses.

Acresce que conheço uma pessoa de 43 anos que agendou logo que foi possível, já várias vezes pediu confirmação e...nada. Logo, está sem vacina ainda.

Pergunto: serão mesmo as pessoas que faltam ou os serviços que metem os pés pelas mãos?

27
Mai21

Vergonha alheia

Maria J. Lourinho

O programa "Lisboa Protege" tem sido desperdiçado por empresas e comerciantes do concelho, onde a situação epidemiológica tem vindo a agravar-se. Este programa foi criado pela autarquia de Fernando Medina há 30 dias e paga dois testes anticovid por mês a cada funcionário das empresas (mesmo que tenham residência fora do concelho de Lisboa) que viram a sua facturação cair mais de 25% por causa da pandemia. Ao fim deste tempo, apenas 29 vouchers foram emitidos, apurou o PÚBLICO, e apenas um destes foi utilizado. Trata-se de um universo de 5100 empresas que abrange perto de 6 mil trabalhadores. Mais de metade destas empresas são restaurantes, as restantes são comércio.

Público, 26/5/2021

Quase 27% dos dois milhões de SMS enviados ficaram sem resposta. Na semana passada, um terço das pessoas previstas não apareceu nos oito centros de vacinação de Lisboa.

Público 27/5/2021

Assim não vamos lá, obviamente.

11
Mai21

Levantar patentes, sim ou não

Maria J. Lourinho

Sendo as patentes das vacinas a questão do momento, resolvi informar-me com quem sabe bastante e está no meio, mas tem a vantagem de não vender vacinas. Esta foi a resposta que recebi.

"1 - temos um problema de capacidade instalada de produção de vacinas para as necessidades da população mundial
2 - as patentes impedem que outras farmacêuticas invistam na produção de vacinas cópia das já aprovadas (tipo genéricos)
 
Se levantarmos a patentes, isso vai fazer muito pouco ou nada em termos de aumento da capacidade instalada nos próximos 12 meses (pelo menos em situação normal de produção de medicamentos assim seria)
 
O levantamento das patentes pode gerar duas questões que podem piorar ainda a nossa posição
 1) na verdade, desresponsabiliza a Pfizer, a Moderna, Astra e outras originadoras da responsabilidade de produzirem. Isso pode ser muito problemático quando o primeiro mundo estiver vacinado e o terceiro não. Acho que dado as dores de cabeça que as vacinas podem dar (veja-se o exemplo da Astra) isso pode criar um incentivo perverso de algumas farmacêuticas simplesmente dizerem bem- agora já libertamos as patentes outros que produzam, não nos podemos dar a esse luxo
 2) se dermos este passo penso que, se precisarmos da farmacêuticas para fazerem uma nova vacina em tempo recorde para uma estirpe para a qual estas vacinas não funcionam vamos encarar muito resistência.
 
Ainda assim, acho que devíamos encontrar uma solução que passe por levantar as patentes. O meu argumentos é que, se foi possível em 9 meses com os incentivos certos criar uma vacina, será que com os incentivos certos podemos duplicar a capacidade instalada em 9 meses? Se esse for o objectivo então pode fazer sentido, mesmo correndo os riscos que referi acima, e podemos abrir patentes e criar os incentivos à capacidade de produção, mas também impor royalties que compensem os originadores.
 
O problema é que também suspeito que, para muitos, o objectivo não é duplicar a produção. Para a Índia e para a África do Sul, que muito advogam esta solução, é um argumento económico. Para a Alemanha e a UE também há um argumento económico, dado que a indústria farmacêutica ainda é uma das poucas em que a Europa dá cartas. Para muitos outros pode ser uma questão ideológica ou de conveniência política conjuntural e pouco estruturada, focada mais em prevenir lucros do que em resolver o problema. 
 
Claro que a indústria acha que isto pode ser o início do fim das patentes (e se calhar é mesmo) mas na minha óptica estamos numa emergência e nenhuma opção pode ser um tabu.
 
Enfim, estou certo que há muitos mais argumentos a favor ou contra, e que nada disto é muito simples de atacar."
 
Agora volto eu só para rematar -  mas os partidos querem fazer-nos crer que, estalando os os dedos, derrubamos as patentes e o mundo está salvo num instante. Simples, não é? Pois, não é!
 
10
Mai21

Europa

Maria J. Lourinho

Não poucas vezes, na minha cabeça, visualizo a Europa como uma velha senhora daquelas com mãos nodosas e artríticas que, na fila do supermercado, a custo tiram as moedas da carteira.

Levam muito tempo e parecem estar sempre de má vontade.

Depois, quando oiço dizer, como hoje, que USA, Israel e Grã-Bretanha estão mais avançados na vacinação porque ainda não exportaram uma só vacina (sendo países produtores), e que  “Até hoje, na União Europeia, foram produzidas 400 milhões de doses de vacinas, e 50% delas foram exportadas para 90 países diferentes no mundo",  nessa altura, dizia eu, perdoo a senhora idosa, lenta e muitas vezes avarente.

 E penso sempre duas coisas:

Apesar de tudo, é melhor estar dentro do que fora.

Esta ainda é a melhor parte do mundo para viver.

29
Jan21

Com os meus botões

Maria J. Lourinho

Antes, víamos a dra. Graça Feitas todos os dias. Agora, que a situação é dramática, não a vemos nunca, até parece que o país não tem Director Geral de Saúde.

Antes, ninguém falou em vacinar nem sequer o PR ou o PM. Agora, de repente, há 1000 (mil) titulares de cargos públicos imprescindíveis a precisarem de vacina urgente.

Este país deve ser bipolar.

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