Os paradoxos do ser português
Há coisas extraordinárias!
Conseguimos vacinar sete milhões de pessoas em sete meses (mais ou menos), mas 50 anos não nos chegam para decidirmos onde vamos fazer um aeroporto.
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Há coisas extraordinárias!
Conseguimos vacinar sete milhões de pessoas em sete meses (mais ou menos), mas 50 anos não nos chegam para decidirmos onde vamos fazer um aeroporto.
Quando a gente tem orgulho, a gente tem orgulho. E é preciso dizê-lo:
Eu tenho orgulho no nosso processo de vacinação (e isso envolve as pessoas, todas as pessoas, o SNS e o senhor vice-almirante). Parabéns a nós.
Telegrama para a DGS:
Caso a vida nos gabinetes continue um habitat à parte, informo que:
Há meninos com médico, e meninos sem médico.
Milhões de portugueses já foram vacinados com rapidez, simplicidade e competência.
Mas onde houver uma fila, há televisões buscando o caos.
O nosso homem da tropa e das vacinas começou a preparar o terreno para mudar de novo os critérios de vacinação. Disse ele:
“Se continuarmos a vacinar por “grupinhos”, vamos acumular doses.
É preciso acabar com a vacinação por grupos de doenças e avançar para a vacinação por idades. Não faz sentido ficar a maior parte da população à espera que se vacinem os grupinhos todos.”
E o grupinho dos palhaços já está vacinado? pergunto eu. Suspeito que sim.
Quando foi anunciado o plano de vacinação, percebi que , dada a patologia que me acompanha, seria vacinada no primeiro grupo, logo depois dos profissionais de saúde. Não achei bem nem mal, era assim e pronto, alguém teria estudado o assunto.
Nem sei quantas alterações o plano já sofreu. Primeiro decidiu-se que era preciso “salvar vidas”, como disse o senhor da tropa, e deu-se prioridade aos maiores de 80, depois foram as forças de segurança, e agora as escolas.
Juro, mas juro mesmo que, exceptuando as forças de segurança, acho bem, muito bem.
A comunidade escolar precisa de voltar ao trabalho, sem mais quebras, com confiança e tranquilidade. E dos nossos mais velhos, nem se fala.
Juro, mas juro mesmo, que a única coisa que me chateia no meio disto, é a nossa eterna incapacidade de planear – para desenrascar não há melhor que nós, mas para planear somos uma calamidade.
O meu país, no que exige planeamento, continua a andar aos ziguezagues, avanços e recuos, ao sabor, quantas vezes, das poderosas corporações e grupos de pressão.
É uma lástima, mas o meu país continua a não ser confiável.