Mundo
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Mariana Mortágua, e outros dirigentes de esquerda, andam a dizer que trabalhamos demasiados dias e horas.
Eu concordo, mas ontem encontrei um artigo no Expresso sobre trabalho na China, com o sugestivo título:
"Qu Jing, vice-presidente da Baidu com o pelouro das relações públicas (RP), publicou vários vídeos no Douyin, uma versão chinesa do TikTok, onde ameaçou os funcionários da empresa que protestassem contra as práticas de trabalho da empresa. “Posso fazer com que fiquem desempregados e posso tornar impossível que voltem a ter trabalho nesta indústria”, afirmou. “Não sou a vossa mãe, só me interessam os resultados”, acrescentou.
A vice-presidente e diretora de RP acrescentou que precisava de empregados suficientemente dedicados para fazerem 50 dias seguidos de viagens de negócios e que não se importava se isso afetasse as suas vidas pessoais.
Qu Jing deu-se como exemplo e disse que o seu empenho era tal que nem sabia qual era o ano de escolaridade do filho. "
Fiquei a pensar que estamos mais perto de sermos todos chineses do que da verdade da Mariana Mortágua.
E que, se não nos pusermos a pau, continuaremos a caminhar tristemente para uma "viagem de negócios" sem retorno.
Nota: no foto que inseri no post, vê-se a tal senhara Qu. Todos sabemos que as bonecas de porcelana não têm alma e se cairem ao chão e se partirem também não tem mal nenhum.
Joana estudou aos tropeções no Liceu Francês em Lisboa. Ao terminá-lo, emigrou para estudar em França numa escola profissional privada. As aulas começaram em Outubro e Joana tem um um estúdio para morar sozinha. Ao fim de um mês, teve saudades da família (e dos amigos), apanhou um avião e veio passar 3 dias em casa.
Marina não acabou o secundário. Teve um filho, que deixou com a mãe, e emigrou para a Bélgica, onde vive o pai. Arranjou trabalho a embalar produtos vendidos online. Ainda não tem casa e não conseguiu vir ver o filho no Natal com medo de que, sendo tempo de lhe renovarem o contrato de trabalho, a sua ausência pudesse prejudicá-la.
Sabemos que Portugal é um país muito desigual, cada vez mais desigual.
Para as mulheres creio que é sempre pior.
Ser escritora é o seu trabalho. Ninguém é aquilo que faz.