Ricardo Araújo Pereira já não tem um programa de humor.

Tem, isso sim, um programa em que nos mostra,  com humor, o que somos antes do banho matinal, quando o há. Remelosos, com mau hálito, corpinho gingão, espertos que nem alhos, burros que nem calhaus, finos que nem corais, escorregadios como enguias, fura vidas sem ética.

Posso até sorrir mas, no fim, quando paro para pensar, é deprimente.

Nota: nada tenho contra o Ricardo, até gosto muito dele, inteligente, culto, rápido, certeiro, e não vou discutir este gosto com ninguém; mas tenho tudo contra o muito mau que (também) somos,  e que ele nos mostra.

Não há muitos intervenientes no espaço público português por quem eu tenha verdadeira admiração.

Nesta conversa, sobre politicamente correcto, liberdade de expressões, questões identitárias e outras, juntam-se precisamente dois dos intervenientes que mais admiro - Daniel Oliveira e Ricardo Araújo Pereira.

Esta admiração deve-se  ao reconhecimento da sua inteligência, cultrura, raciocínio estruturado e capacidade para o expor.

A conversa é longa e decorreu no festival literário Fólio em Óbidos, mas vale a pena ouvir.

Aqui deixo o link a quem possa interessar e para que eu própria não a perca.

https://directory.libsyn.com/episode/index/show/quarentaecincograus/id/24887457