Diz-me
As mulheres da minha família sempre diziam:
DIZ-ME COM QUEM ANDAS, DIR-TE-EI QUEM ÉS.
Eu concordo.
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As mulheres da minha família sempre diziam:
DIZ-ME COM QUEM ANDAS, DIR-TE-EI QUEM ÉS.
Eu concordo.
O que se passou na Assembleia da República para a eleição do seu novo presidente foi lamentável, se não mesmo vergonhoso. Eu, pelo menos, senti vergonha.
Ao contrário da esquerda alargada em que geralnente me posiciono, gostei do modo como se resolveu a crise.
Criada pelo Chega, arte em que se mostra insuperável, vimos um PSD, e sobretudo um Montenegro, amarfanhado, derrotado, humilhado, sem reacção nem solução. A linguagem corporal de Luis Montenegro era muitíssimo eloquente. Era preciso resolver o embroglio em que o PSD se meteu, ao confiar em quem não é confiável.
Foi então que o PS se chegou à frente e encontrou uma solução. Isso não fez dele um aliado do PSD, nem um início de bloco central, nem deixou a oposição para o Chega como a esquerda diz. Apenas não deixou degradar ainda mais a imagem dum importante órgão de soberania. Atalhou a baderna e encerrou o assunto.
Para fazer a oposição que importa, haverá ainda muito tempo.
Resumindo, foi a maturidade na sala.
Eu gostei, e creio que todos os que amam a democracia também.
Os fantasmas voltam sempre para nos assombrar. Mas deste, mais múmia que fantasma, às vezes tenho pena. É que ele tem cara de quem acha que a vida é uma cabra que sempre o trata mal. Ou então terá calos nos pés, ou cólicas, ou dor de dentes, ou azia, sei lá.
(também não quero saber... mas parece-me mais azia)
Não fiquei vesga; escolhi, de propósito, uma foto pequenina e a descair para a direita que é para onde vamos.
(Notícia Público de ontem)
Desde que apareceu no espectro partidário português, o PAN sempre fez questão de viver em cima do muro, isto é, sempre afirmou não ser de esquerda nem de direita, coisa mais ou menos incompreensível para mim.
Agora, finalmente o PAN saltou do muro. Talvez se tenha sujado ao saltar, não sei, e também não sei o que lhe prometeram em troca.
É lá com eles, mas fazem bem em aproveitar o seu minuto de fama porque, e aqui vaticino:
- cedo o lobo comerá o cordeiro.
- nas próximas eleições nacionais o PAN desaparecerá do mapa, do muro e da nossa memória.
Ontem, na Madeira, Luís Montenegro disse: " “Não vamos governar nem a Madeira nem o país com o apoio do Chega.” Porque não precisamos, acrescentou.
Depreende-se que, se não vão aliar-se ao Chega não é porque um partido como o PSD não faz alianças com a extrema-direita, é apenas porque, de momento, não precisa.
Fica o aviso para quem o quiser ouvir.
A propósito dos recentes e infelizes acontecimentos com imigrantes, Carlos Moedas arrebitou-se contra Marcelo, que chamou a atenção para o fraseado do PSD sobre o tema, que o aproxima do Chega, arrebitou-se, dizia eu, afirmando “eu fui emigrante”, blá, blá, ”não aceito lições de ninguém nesta matéria, de ninguém”.
Este pobre emigrante, teve como árduos trabalhos fora de Portugal, entre outros, o da Goldman Sachs e o do Deutsche Bank.
Parece, portanto, que Carlos Moedas está a gozar connosco, porque o senhor presidente não foi emigrante coisa nenhuma, foi expatriado.
A diferença entre emigrantes e expatriados é tão grande que os torna quase opostos.
Emigrante todos sabemos o que é, dada a nossa experiência de décadas – vida dura, cheia de sacrifícios e humilhações, longe de casa e da família.
Já expatriado é alguém, geralmente um profissional qualificado, que vive fora do seu país, ou porque o seu empregador lhe propôs trabalhar para a empresa mas fora, sendo bem pago, ou, como foi o caso de Moedas, porque ele próprio quis uma carreira internacional e para isso se preparou academicamente, recebendo em troca um chorudo ordenado.
Moedas foi tanto emigrante como Horta Osório ou António Damásio, por exemplo - são expatriados, apenas. E bem pagos.
Vidas de emigrantes e expatriados não têm nada a ver umas com as outras.
Por isso, ouvir aquela conversa levou-me a um Moedas, que ainda conheço mal, mas que não me pareceu muito sério intelectualmente e que, ainda por cima, também não acredita lá muito na inteligência dos portugueses.