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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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Última Paragem

16
Fev24

O sentimento de si

Maria J. Lourinho

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O título deste post é, igualmente, o título de um livro do neurocientista português António Damásio.

Apareceu-me como quase todos os outros, isto é, sabe-se lá de que confins da memória.

Certo é que conheci António Damásio, professor. Excelente professor. Que, contudo, não parava para pensar se estaria a abusar da sua posição dominante  para achincalhar um aluno (a).

Era, nessa altura, pouco antes do 25 de Abril 1974, médico maçarico no serviço de neurologia do Hospital de Santa Maria. Depois daquela madrugada do dia "inteiro e limpo", logo que pôde, emigrou para os Estados Unidos da América. Sem fonte segura de informação, sempre me pareceu que, querendo uma carreira internacional, não esteve cá para chatices e revoluções. Logo, adeus Portugal.

Por lá ficou, fazendo brilhante carreira de investigador, escrevendo livros aplaudidos pelos seus pares (e também pelos seus "impares") num mimetismo parolo, deslocando-se para receber prémios.

Não lhe retiro nem um grama de mérito profissional, é tudo merecido.

O que nunca percebi, é por que razão Marcelo resolveu convidar para o Conselho de Estado este homem, que vive fora da nossa realidade há 50 anos.

Posso ver qualquer cientista, Damásio incluído, a ocupar lugares em quase todos os domínios da vida dum país, da empresa à escola, do mundo cultural às fundações, do hospital à diplomacia etc, mas não consigo ver alguém que há 50 anos não sofre os nossos dias - com desânimos, frustrações, negas, ou as nossas alegrias, esperanças, e vaidades - a aconselhar o PR sobre como conduzir a política que afetará o colectivo que somos, aqui e agora.

Dito isto, Damásio fez bem em não entregar a sua declaração de bens ao Tribunal Constitucional que parece só enxergar a letra da lei.

O que eu acho que ele não fez bem, foi aceitar um convite para vir opinar sobre momentos cruciais de uma realidade que conhece da longe, de ler, de ouvir dizer e que nunca se lhe inscreveu na pele, como a nós.

Não, quando se sentava no Conselho de Estado, ele não era um de nós.

Este convite e sua aceitação tem a marca  da tontice de Marcelo e da vaidade de Damásio.

A burocracia acabou agora com as duas.

 

A foto é do Sapo

13
Nov23

Crises

Maria J. Lourinho

 

Costa.jpg

Este é o país do segredo, do pequeno poder, do jeitinho, das leis propositadamente confusas.

Este é o país do Ministério Público poderoso mas mal preparado, que escuta até a nossa respiração, prende sem provas (só com escutas) e assume-se, na prática, como um estado dentro do Estado.

O governo caiu. Oxalá o MP tenha razão.

Os meios de comunicação social parecem ter decidido não esmiuçar o caso das gémeas brasileiras a quem pagámos um tratamento de quatro milhões de euros e que, à primeira vista, parece ter tido o patrocínio do Presidente da República ou de alguém próximo dele.

Fazem bem em varrer mais esse lixo para debaixo do tapete.

O país não aguentaria mais uma crise institucional.

A democracia não aguentaria, neste momento, uma tal crise de regime.

 

 

 

 

 

 

08
Nov23

O povo é uma criança

Maria J. Lourinho

De cada vez que há crise na política, Marcelo sai do palácio. Simplesmente, aparece.

Houve a cena do multibanco, a do gelado, e ontem veio só apanhar ar (o palácio não tem jardim, nem varandas nem nada...).

O homem está convencido que é paizinho de dez milhões de crianças burras e assustadiças, que precisam da figura tutelar do progenitor para manter a  calma.

Haja paciência.

 

01
Out21

Eu, barata tonta

Maria J. Lourinho

"Depois do Presidente da República ter posto uma pedra sobre a polémica da substituição do chefe de Estado Maior da Armada, o Governo tentou esta quinta-feira fazer o mesmo."

Público, 30 Setembro 2021

E pronto, eles põem as pedras onde querem e nós não merecemos nenhuma explicação.

Odeio sentir-me tratada como um barata tonta.

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