Lembrar
27 de Maio era o teu dia, pai.
Desde que, verdadeiramente, “cresci” para adulta, que sei que ninguém me amou como tu.
Nem ascendentes, nem descendentes, nem outros amores.
Homem de poucas palavras e de ainda menos demontrações de afecto (homem do seu tempo, portanto), cedo aprendi a ler nos teus olhos esverdeados, o amor, a solidariedade e, quantas vezes, o orgulho em mim.
Tudo sempre incondicional, como só os pais se permitem.
Passados tantos anos, continuas a fazer-me falta.
Nalguns dias, uma muito áspera falta.
A foto reproduz uma pintura de Nikias Skapinakis de 1997