Ordens profissionais
As Ordens Profissionais têm em Portugal um poder desmedido. Salta de tal modo aos olhos de todos que até a troika, nos anos de chumbo da nossa década anterior, quis acabar com isso, mas nem ela, toda poderosa, o conseguiu. São intocáveis e, muitas vezes, prejudicam gravemente o país.
Se hoje eu, e mais um milhão e meio de portugueses, não temos médico de família, à respectiva Ordem o devemos, dado que, contra tudo o que era observável, isto é, o envelhecimento da classe e a sua aposentação, nunca permitiu a formação de um maior número de médicos.
Como se isso não bastasse, ainda se dá ao luxo de se opor a que, por exemplo, enfermeiras-parteiras realizem partos normais.
Dizem sempre que não, podem e conseguem, porque nunca tivemos um governo que não baixasse as calças diante das Ordens.
Hoje, porém, li um título no Público que me pareceu já coisa do foro psiquiátrico, e me provocou até uma gargalhada.
Diz a bastonária dos advogados: “Se for preciso, faremos parar a justiça”.
Ora, minha senhora, impactante seria fazê-la andar. Parada está ela há muitos anos.
Benza-a Deus, santinha.