Sentidos trocados
Ando seriamente preocupada com os comportamentos estranhos de alguns dos meus sentidos.
Imagine-se que, de cada vez que os meus olhos veem o Nuno Melo, ao meu nariz chega um insuportável cheiro a bafio.
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Ando seriamente preocupada com os comportamentos estranhos de alguns dos meus sentidos.
Imagine-se que, de cada vez que os meus olhos veem o Nuno Melo, ao meu nariz chega um insuportável cheiro a bafio.
Há muitos meses que a nossa vida na rua deixou de ter cheiros. É asséptica, sem densidade. E isso, parecendo pouco, é muito perturbador. Pelo menos para mim.
Lembro o livro “O Perfume” de Patrick Süskind, no qual o protagonista (assassino) é um homem sem cheiro mas de extraordinário olfato.
No livro, o autor escreve que "o odor é a essência, e o que não tem essência não existe”.
A vida sem máscara e, portanto, com odores, existe, nós é que já começamos a esquecê-los – erva húmida, flores, cozinhados, tabaco, gasolina, cocó de cão, fruta à porta da frutaria, perfumes de homem, perfumes de mulher, tintas, fumo de lareiras, por exemplo.
Comecei a ter muitas saudades.