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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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25
Mai21

A velha é maluca

Maria J. Lourinho

No meu prédio há obras há um ano. Primeiro num andar, depois noutro, durante alguns meses os dois em simultâneo.

Portanto, há um ano que vivemos com martelo pneumático, rebarbadora, berbequim e seus parentes.

No passado sábado, pelas 10 da manhã, comecei a ouvir a broca. Com três saltos pus-me junto do operário (um jovem sul-americano) que, com os seus auscultadores, ouvia música e “brocava”.

Dada a irritação,não sei ao certo que disse, mas sei que disse; ou melhor, não disse, ordenei, que se fosse embora porque eu não queria ouvir nem mais um pio.

Tentou argumentar, coitado, mas lembro-me de ter terminado dizendo-lhe que ligasse ao patrão a dizer que eu não autorizava o trabalho.

Estou farta de imaginar a conversa com o patrão e de com isso me rir:

- Patrão, não posso trabalhar, a dona lá de cima não quer.

- E argumenta o patrão – não ligues e acaba o que tens a fazer.

- E diz o operário – não patrão, vou mas é já embora que a velha é maluca.

Claro que eu sabia que a lei estava do meu lado.

06
Abr21

Um incidente na via pública

Maria J. Lourinho

Hoje, de regresso do meu passeio matinal, em paz com a vida e comigo mesma, enfrentei um incidente de, digamos, cidadania.

Na minha rua há uma obra que dura há anos. O empreiteiro, como ocupa todo o passeio fronteiro ao prédio, fez um passadiço em U para os peões.

Acontece que hoje verificaram-se duas anomalias: do lado de fora do passadiço, (na base do U), estavam encostadas duas carrinhas. Se eu decidisse contorná-las, estaria imediatamente a meio da rua, por acaso cheia de tráfego àquela hora da manhã.

Dentro do passadiço, mais exactamente no seu cotovelo, no sítio onde é mais estrito, estava um operário (MEO, creio) a mexer numa maquineta, sem máscara. Como eu teria quase de lhe roçar o ombro, parei e disse: dá-me licença? Ao que ele, sem se desviar, respondeu, passe.

Passei, contrariada, mas reparei que um polícia municipal estava presente, para aquela grande trabalheira que eles têm, de fazer plantão ao pé de cada obra, e que ele ouviu e viu toda a cena. Voltei atrás, e disse-lhe que as regras não estavam ali a ser cumpridas. Resposta – já não há regras. Inclinei-me um pouco para ver o nome no crachá e mais nada disse. Quando virei costas, sua excelência exclamou – não tem mais nada que fazer.

Mas tinha. Cheguei a casa e mandei um email para a Polícia Municipal expondo o sucedido.

O funcionário da MEO andaria nos seus 50 anos e o polícia nos 40.

Há cada vez mais gente apostada em matar a minha esperança neste país.

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