E eu a vê-la escorregar
Já por duas vezes, nesta campanha eleitoral, Mariana Mortágua, se não mentiu, foi, pelo menos, pouco rigorosa nas suas afirmações.
Primeiro foi o caso da renda de casa da avó, verdadeiro episódio populista e descuidado porque, como ela sabe, ou devia saber, hoje nada passa sem averiguação ( e já nem falo de aproveitamento).
Mais recentemente, foi a um popular programa da manhã dizer que o pai tinha sido condenado a prisão perpétua pela ditadura. Ora, a prisão perpétua acabou em Portugal ainda no século XIX; o pai Mortágua pode ter sido condenado a X anos de prisão acrescidos de "medidas de segurança", que, na prática, podiam prolongar a pena à vontade do ditador. Mas isso é bastante diferente do que ela disse e volta a ter um aroma a populismo barato.
Mas, o que ainda me chateia mais, é que, sem nunca perder a sua pose cândida, Mariana Mortágua diz tudo com um arzinho de quem se sente moralmente superior. Faz-me lembrar o velho e risível livrinho do PCP - "A superiorida moral dos conunistas"!!!!!!
Parece que, no tal programa, a moça cozinhou uma açorda de alho à moda do Alentejo. Pois, como também se diz por lá, acho que, pelo menos na política, ainda precisa de comer muitas (açordas). E de ser mais rigorosa (ou honesta, sei lá).