Medicina moderna
Longe vão os tempos em que o médico subia a pé um segundo andar, quantas vezes fosse necessário, para ir ver o meu avô.
Esse tempos acabaram. Isso não é bom nem mau, é apenas outra coisa.
A vida evoluiu, e passámos a ser nós, em estado de doença (mesmo aguda) ou ainda saudáveis, a ir ao consultório do médico.
Se necessário, depois da consulta, podíamos telefonar-lhe.
Agora, o médico já nem tem consultório. Trabalha num centro de saúde, num hospital ao numa clínica e, qual deus no seu pedaço, não fala directamente com o paciente. Na melhor das hipóteses, manda recado.
Digo na melhor das hipóteses porque, resumindo, a "coisa" é assim:
O médico tem lá a sua vida muito arrumada como gosta e quer; trabalha aqui, ali, acolá para compôr o fim do mês.
Quanto à nossa doença, ela que se encaixe nessa sua vidinha como puder, e que nem pense em desarrumá-la, que ele não deixa.
Na medicina, como no resto, a ordem mais vezes ouvida pelos portugueses é - ESPERE!
Inveja do meu avô, caramba.
Nota: não estou a dizer que antigamente é que era bom, longe disso. Mas hoje, ser médico, é ter um emprego como qualquer outro. Tem-se um horário, e cumpre-se, se possível.