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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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Última Paragem

22
Mai21

As leituras são como as cerejas

Maria J. Lourinho

“O mensageiro de Os Persas relata com dolorosa emoção a Batalha de Salamina, que chegou a ser um símbolo contemporâneo. Os Soldados de Salamina aos quais Javier Cercas se refere no seu romance são aqueles gregos que detiveram a invasão do Império Persa, e também os soldados da resistência contra o nazismo. Cercas sabe que pode haver soldados de Salamina em todas as épocas: os que encaram uma batalha decisiva — e aparentemente perdida — para defenderem o seu país, a democracia e as suas aspirações. Salamina deixou de ser só uma pequena ilha do mar Egeu, a dois quilómetros do porto do Pireu e, para além dos mapas, existe em qualquer lugar onde alguém, em inferioridade numérica, se rebela contra uma agressão avassaladora.”

In O Infinito num Junco, Irene Vallejo

O livro de Javier Cercas a que Irene Vallejo se refere ‒ Soldados de Salamina, foi um dos melhores que li nos últimos anos.

Sobre ele anotei apenas:

Magnífico. Escrita depurada mas forte, podendo ser crua ou quase poética. Uma história de homens, ou da guerra, ou dos homens na guerra, ou da guerra nos homens.

E é ainda de Cercas, em Soldados de Salamina, a frase que agora recordei na entrevista que dá à revista  Ler:

"A literatura é a arte de combinar recordações".

As leituras são como as cerejas, sim.

 

28
Out20

Terra Alta, Javier Cercas

Maria J. Lourinho

Javier Cercas.jpg

Mais um herói sofrido e imperfeito. Herói acidental na matança islâmica no passeio de Barcelona, apaixonado por “Os Miseráveis” que leu na prisão, é mandado, por motivos de segurança, para a região de Terra Alta onde, supostamente, não acontece nada.

Mas aconteceu, claro - o assassinato macabro de um idoso casal, dono da maior empresa da região. A investigação é arquivada ao fim de meses pois não foi possível encontrar culpados.

Melchor Marín, o cabrão do espanhol - naquela terra catalão, porém, não desiste.

Na busca, perde a mulher e o (talvez) único amigo que teve, mas encontra-se a si próprio, coisa que nunca tinha acontecido, e descobre o seu lugar de pertença.

Não são essas coisas absolutamente essenciais para a personalidade e integridade de qualquer ser humano?

Por fim, depois de trinta anos sem chão, a vida pode começar.

Policial bem escrito, vivo na narrativa. Como de costume, Cercas não se perde em rodriguinhos palavrosos tão ao gosto de muitos escritores espanhóis. Seco e macho, com uma dose qb de sensibilidade, a mi...me encanta.

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