Um amor que nunca acaba
Jardim Gulbenkian
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Jardim Gulbenkian
Era uma avó baixinha, redonda, cabelos brancos bem cuidados.
Com desvelo e rigor, escolheu uma ampla sombra do jardim e arrumou nela o carrinho do bebé, que dormia.
Desviou-se uns bons cinco metros e, com idêntico desvelo e enorme prazer, sem nunca tirar os olhos do bebé, fumou um cigarro.
Tive vontade de a abraçar. Acho que eram só saudades de mim.
O meu quintal tinha pretensões a jardim.
Tinha relva, que não era grama mas escalracho, um canteiro comprido que no inverno dava jarros e no verão sardinheiras, uma sebe feita com escalónia, uma laranjeira e um limoeiro; a grande primenteira do vizinho, que no verão derramava na relva uma sombra generosa e benfazeja, também era, de facto, minha.
Nas noites de canícula e silêncio, depois de os pássaros se acomodarem para dormir, podia ouvir os insectos e ver um monte de estrelas de que nunca soube o nome.
A foto é minha mas pode levar
A foto é minha mas pode levar
A foto é minha, mas pode levar.
A foto é minha, mas pode levar.