Se não sabe, não vote
A jornalista Bárbara Reis escreve hoje no Público sobre a inusitada situação que o jornal verificou ontem, quando milhares de pessoas foram ler nele uma notícia velha de há 3 meses.
Escreve ela.
"Um anúncio fez rir e pôs pessoas a ler notícias.
E fiquei a pensar: o que levou tantas pessoas a irem ler uma notícia velha e factual, o primeiro de muitos artigos que se escreveram nos últimos meses sobre essa incrível descoberta?
...
A resposta é simples: o número 75.800 euros está na nova campanha publicitária do Ikea.
Se estou a pensar bem, milhares de pessoas viram a campanha ficaram curiosas e quiseram saber o que significava aqule valor no cartaz. Ou seja, milhares de pessoas não sabiam dos 75.800 euros, uma das razões que levaram António Costa a demitir-se, que foi, digamos, a notícia do ano."
E digo eu: Estes milhares, e os que nem sequer foram averiguar o que seria, também votam no dia 10 de março.
A iliteracia política de tantos portugueses é assustadora. Por isso mesmo, há muito que deixei de apelar ao voto pura e simplesmente, como se todos soubessem o que estão a fazer.
Agora, acho mesmo que quem não está informado não deve votar. Deve ficar na sua casinha, desinteressado do voto como do resto.
Votar é um direito, um dever, mas também uma responsabilidade cívica que muitos milhares não estão habilitados a assumir.
Agora digo: se sabe, em consciência, o que vai fazer, vote; se não sabe, não vote.
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