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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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02
Mar24

Uns centésimos da sociedade

Maria J. Lourinho

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Um pequenino retrato, ou uma foto tipo passe, como se queira, do Iniciativa Liberal.

O seu interesse centra-se em? Uns (muito) poucos por cento da sociedade portuguesa.

"Rui Rocha (Iniciativa Liberal) vai às empresas falar com gestores e ignora trabalhadores
Na segunda-feira, Rui Rocha, líder da IL, visitou o porto de Sines — reuniu-se com a administração, não falou com os trabalhadores. Na terça-feira, em Beja, quis saber dos agricultores — mas fechou-se num gabinete com a direcção da Associação de Agricultores do Sul, que integra empresários. Na quarta-feira, foi a Oeiras para conversar com Vasco de Mello, líder do grupo José de Mello, ali na condição de presidente da Business Roundtable Portugal, associação que junta os CEO dos maiores grupos empresariais portugueses (como a Galp ou a Altice). Esta quinta-feira, visitou a Navigator — uma das maiores exportadoras do país —, mas também só conversou com gestores. Rui Rocha está em campanha há cinco dias: dinamizou acções para ouvir administradores, gestores e representantes dos grandes grupos económicos — nunca para falar com os trabalhadores."

Público 1 Março 2024

Estamos conversados sobre a  baixa de impostos, não é? Já sabemos quem serão os premiados.

 

 

13
Abr21

A ministra sueca

Maria J. Lourinho

Há dias, a Ministra das Finanças sueca deu ao Público uma entrevista sobre o regime fiscal dos suecos que vivem em Portugal e que não pagam IRS em nenhum dos dois países, ou pagam pouco.

Dizia a ministra:

Se um doente sueco e um doente português estiverem lado a lado num hospital [em Portugal], o português pagou impostos pelos dois, porque os suecos têm todos os direitos — cuidados de saúde, transportes públicos —, mas não pagam impostos.”

Apetecia-me responder à ministra que, apesar de considerar este regime imoral, o que ela diz é apenas uma meia verdade, porque o sueco pagou aqui alguns impostos por via dos gastos feitos com a sua recheada carteira, o que sempre nos dá muito jeito.

Mas gostava também de lhe dizer que a cena do sueco caído no hospital público português é pura ficção. A acontecer, o homem fugiria rapidamente para um hospital privado ao ver-se rodeado de tantos velhos portugueses sem dentes, carcomidos por anos de trabalho e exploração desenfreada, pouca instrução e que, tal como ele, sueco, também nunca pagaram IRS, mas por via dos seus muito baixos rendimentos.

Seria uma enfermaria cheia de gente que não paga IRS.

Porém, senhora ministra, se nem o seu sueco milionário nem os nossos velhos pobres, pagam IRS, nem mesmo assim nós os deixámos morrer durante a pandemia, ao contrário do seu civilizado e rico país, que os deixou morrer aos milhares, convencido que esse era o modo mais rápido e barato de atingir a imunidade de grupo.

O referido regime fiscal é, de facto, iníquo, mas sabe, senhora ministra, os pobres às vezes, para comerem, têm que saltar o muro e roubar fruta.

E os vossos discursos, cheios superioridade moral mal disfarçada, já não colhem, nesta nossa Europa de egoísmos individuais e do salve-se quem puder.

É um verdade triste, mas é assim.

 

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