Pontos nos ii
António Guerreiro, Público, 27/08/2021
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António Guerreiro, Público, 27/08/2021
"Quem se quer orgulhar do papel do primeiro Otelo tem de estar preparado para admitir vergonha com o papel — por ação ou, pelo menos, por omissão — do segundo Otelo. E se é verdade que a maior parte de nós tem o luxo de afirmar, em liberdade e pela liberdade, a gratidão ao primeiro Otelo, também teremos de admitir que, para algumas pessoas — vítimas e familiares das vítimas —, a mancha que atribuem ao segundo Otelo tem um peso em sofrimento demasiado duro para as suas vidas. E quem acusa de memória seletiva aos que salientam o papel de Otelo no 25 de Abril fazendo por esquecer os anos 1980, não pode fazer discurso contra o terrorismo e a violência política em democracia nos anos 1980 branqueando o papel do terrorismo e da violência política de extrema-direita que tentou derrubar o 25 de Abril nos anos 1970."
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Volto ao início. Quando morre alguém com um peso desproporcionado e contraditório na história, é comum dizer-se que “a história o julgará” ou que “ainda é cedo” para se fazer a história do seu papel. Mas não é para a história que é demasiado cedo; pode ser apenas para nós. A história recomeça sempre no dia seguinte. Se queremos, como eu quero, viver à altura de legados heróicos aos quais somos gratos, teremos também de saber viver assumindo as suas falhas e as suas manchas."
Rui Tavares, Público, 26 Julho 2021
Mais de 700 páginas com cheiro a África. Romance de grande fôlego para uma tão jovem mulher. A Nigéria e o Biafra, com a respectiva guerra, são o pano de fundo onde se cruzam amores, traições amorosas, perdão, política, sofrimento, amizade, fé numa causa, atrocidades e crescimento pessoal.
Uma viagem no tempo e no espaço num comboio conduzido com honestidade e segurança.