Um amor que nunca acaba
Jardim Gulbenkian
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Jardim Gulbenkian
Por esta altura, a Fundação Gulbenkian, apresenta três exposições: uma sobre uma mulher muito importante na vida da Fundação - Madalena Perdigão - uma outra que é um original diálogo entre a escultura de Rui Chafes e a do muito popular Alberto Giacometti, artistas que nunca se cruzaram, visto que Chafes nasceu no ano em que Giacometti morreu (1966), e, finalmente uma exposição com peças da colecção moderna, intitulada "Histórias de uma Coleção".
Quando lá estive, no domingo, havia uma muito simpática fila para entrar nesta última e ninguém para a de Chafes/Giacometti.
Pois, não admira. Quem passa por fora do edifício central apenas vê um grande pano (que se reproduz aqui em imagem) a anunciar a "favorita"; as outras, nem existem.
Que raio de estatégia de comunicação tem a Gulbenkian? Ou será que tem filhos e enteados? Ou será que acabou a verba para o pano dos pendões? Ou será que se lhe acabou a vergonha com este director, Benjamin Weil, a exercer funções desde 2020, e que se revelou um homem de tão apurada sensibilidade que, na ausência de edifício da colecção moderna, resolveu plantar contentores no belíssimo jardim para neles espreitarmos uns videozinhos?
Se calhar, tudo isso e mais alguma coisa de que me esqueci, ou nem vislumbro.
A escultura que se vê na imagem foi criada por Julião Sarmento e pertence à colecção do Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Gulbenkian. Destinava-se, originalmente, ao pátio exterior da delegação da Fundação em Paris.
Sarmento chamou-lhe Marie, fê-la em resina com 180 centímetros de altura, e vestiu-a com uma peça de seda concebida pelo designer de moda português Felipe Oliveira Baptista
Para assinalar um ano da morte do autor, (em 2021), a peça aterrou no jardim da Fundação em Lisboa, diante da porta de acesso à biblioteca. Ali continua, há um ano, açoitada por todas as intempéries.
Não sei que processo criativo levou o Julião Sarmento a concebê-la como peça de exterior. O certo é que olho para ela e penso: pobre Marie, para começar saltou-lhe a tampa e, com o que tem chovido, deve ter a cabeça em água.
A roupeta, como se vê na primeira imagem era azul e a seda tinha bom “cair”.
Agora é cor de sujo e está práli, ora mais para a frente, ora mais para trás, como se pode ver na segunda imagem.
Hoje, calhou olhar para o estrado de madeira em que se apoia e juro que pensei: então, Marie, xixi pelas pernas abaixo?
Em geral, sempre gostei do trabalho do Julião Sarmento, mas acho esta Marie cada dia mais constrangida e constrangedora.
Os experts que me perdoem.
Local
Este concerto será transmitido aqui em direto (no site acima) no dia 9 dez às 19:00.
A foto é minha mas pode levar