Maria J. Lourinho
Era uma vez um perigoso assassino a soldo, que comandava outros assassinos a soldo. Era tão perigoso que até se chamava Prigozhin. Quem pagava o soldo era outro perigoso assassino, chamado Putin que, seguindo a trdição onomástica russa, deve ser filho de uma qualquer Putina.
Eram amigos. Dividiam pilhagens, prazeres gastronómicos e faziam a mesma guerra.
Nesta última, o perigoso Prigozhin começou a sentir-se "apalpado" pelos amigos do filho da Putina, e não gostou.
Avisou, avisou, mas não lhe deram ouvidos. Cansado de dizer "agarrem-me se não eu vou lá" agarrou em si e em muitos outros e pôs-se a andar para a capital. Rápido, rápido, mas não se sabe o que ia fazer, só que estava um bocado chateado.
No caminho, parou um pouco a descansar debaixo de uma árvore, conversou com outros homens e deve ter bebido alguma coisa por causa do calor e da marcha acelerada.
Foi então que um certo criado do filho da Putina, Lukashenko, mandou o bigode à frente, apartou os perigosos assassinos e disse:
Ó perigoso Prigozhin, vamos lá a acabar com as birras. Anda daí comigo para minha terra, vives lá bem e o filho da Putina até manda dizer que esquece tudo porque os verdadeiros amigos devem-se perdoar.
Tá bem, diz o perigoso Prigozhin, eu vou.
E pronto, assim acabou a guerra que não começou, isto é, em paz e harmonia. Acho que foi assim, pelo menos foi o que eu percebi do que me contaram.
Quanto ao que será, quando deito búzios, cartas ou Tarot, vejo sempre, num futuro não muito longínquo, o perigoso Prigozhin a escorregar na banheira e a bater com a cabeça.
Ora, búzios, cartas e Tarot também me estão a parecer perigosos assassinos, ou sou eu que já estou a ver tudo vermelho.
Ainda vou experimentar a deitar runas.