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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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Última Paragem

10
Jan24

Não percebo

Maria J. Lourinho

 

estação-de-santa-apolónia-@Nicky-Boogaard.jp

Às vezes, tenho sérias dificuldades em entender os meus compatriotas.

Passa-se isso agora com mais uma greve nos comboios.

Vejamos: o Orçamento de Estado está aprovado e sabe-se qual o dinheiro disponível para cada ministério.

A Assembleia da República é dissolvida no dia 15 e o governo entra em modo de gestão.

A 10 de Março há eleições, das quais resultará um novo governo.

Assim sendo, o que se espera conseguir com mais estes dias de greve? A meu ver, nada.

E ela apenas  prejudica os portugueses mais pobres, que não têm carro nem podem chamar um Uber ou um taxi.

Satisfará alguns interesses tão obscuros que nem os consigo ver?

30
Nov23

Negociar é...

Maria J. Lourinho

dr.jpg

Quando uma classe laboral enceta uma luta, é porque precisa mesmo de a fazer. Para a sua própria sobrevivência, ou para um bem maior e colectivo.

Não tenho dúvidas de que os nossos médicos chegaram ao seu limite e sentem que o SNS também está nos seus limites.

Por isso lutam, como lutam todos os outro trabalhadores – fazendo greve.

Estas, nos serviços públicos, agridem sempre, e só, os utentes desses serviços. Dá-se o caso de, sendo os utentes também doentes, e geralmente sem outros recursos, a greve poder ter consequências muito graves e ser grande o sofrimento provocado.

A dura luta dos médicos atingiu alguns objectivos, que, ao que os próprios dizem, não são suficientes. Quatrocentos euros de aumento não são suficientes. E talvez não sejam mesmo; que sei eu disso?!

Há, porém, uma coisa que eu sei, e sei por experiência própria: negociar não é impor ou exigir. Negociar é uma troca, um toma lá dá cá, que satisfaz minimamente, e por etapas, ambas as partes. Só assim o “negócio” é bom.

A líder da FNAM parece que não concorda com isso.

Gosto de mulheres determinadas e assertivas, não gosto de mulheres (nem de homens) autoritárias e donas da verdade.

Felizmente, estas características são mais evidentes na juventude, e esta, como se sabe, é uma doença que passa com a idade.

A culpa é do senhor ministro? O senhor ministro não quer negociar?

Não creio. A culpa é sempre repartida.

Além disso, o senhor ministro conhece os seus limites. Já a Joana...

 

14
Nov23

Médico?

Maria J. Lourinho

Li no Expresso de ontem esta conversa de um médico:

Já foi feito lá fora e podemos tentar: greve aos certificados de óbito. São da nossa responsabilidade, só os médicos os podem passar”, lê-se na rede do movimento na Internet. O autor da proposta explica ainda que “não prejudica ninguém porque, enfim, as pessoas já faleceram, não atrasa consultas, não desmarca cirurgias... mas tem potencial para instalar o caos numa semana”. Outra ideia é reforçar a greve de zelo. Exemplos: “Levar imenso tempo a ver os doentes na Urgência. Pedir uma bateria de análises que sature o laboratório e entupa tudo. Pedir ECO, TAC, RM, tudo o que tiver alguma pertinência para o doente e para encravar o processo”.

Penso:

Um médico tem direito à sua luta por melhores condições de vida e trabalho.

A medicina não é um sacerdócio ou uma missão, é uma profissão.

As greves sempre incomodam alguém.

Mas o médico tem que ter uma formação humanista, tem de perceber que o seu trabalho é especial, diferente de todos os outros, tem de ter empatia para com o seu semelhante, sobretudo se ele estiverer fragilizado.

O médico que preconiza “levar imenso tempo a ver os doentes na Urgência” (quando as pessoas já lá passam longas horas), a quem ocorra, sequer, “pedir uma bateria de análises que sature o laboratório e entupa tudo”, lamento dizê-lo, mas é alguém sem escrúpulos que instrumentaliza os seus concidadãos doentes.

Não merece ter carteira profissional. Até porque, realmente, não é médico, é um mero mercenário da medicina.

 

16
Mar23

É tão lindo o privado

Maria J. Lourinho

Acontece hoje a primeira greve de enfermeiros nos hospitais privados.

Informação útil: ordenado mínimo, bruto, de um enfermeiro no SNS, 1268 euros, no privado 1080 euros.

Horário semanal no SNS, 35 horas, no privado 40 horas.

As coisas têm piorado e prometem continuar a piorar nos hospitais privados.

Força, valentes, trabalhar para ricos é muito agradável, mas paga mal.

Caso para usar o velho ditado que até Saramago citou - "pensou que se benzia e partiu o nariz".

14
Jan23

Uma greve, como todas as lutas justas, não pode cair no vale tudo.

Maria J. Lourinho

Excertos do editorial do Público, hoje, por Manuel Carvalho, com que muito concordo

...
Esta greve começa a fraquejar com a falta de proporcionalidade. Os professores estão numa guerra de poucos custos para os próprios e com danos máximos para a escola pública. A greve self-service é uma estratégia de valentões: perde-se a remuneração de um tempo lectivo e sem verdadeiramente ir à luta consegue-se fechar uma escola. É guerra de guerrilha, embora sem heróis românticos. Os professores estão condenados a perdê-la e a delapidar o seu capital de prestígio.

...

Os professores têm de ser valorizados, os seus poderes na escola e no sistema têm de ser reforçados, as suas carreiras têm de ser dignas e justas. Têm de ser vistos como a mola fundamental para a coesão, a justiça social e o progresso do país. Estamos de acordo.

A justeza destas reivindicações não autoriza golpes sindicais, nem greves oportunistas. Ao seguirem esta via da greve às pinguinhas, que causa danos profundos e prolongados com custos mínimos para si próprios, os professores alimentam um estigma que os perseguirá. Uma má notícia para os seus interesses, uma péssima notícia para a educação.

12
Dez22

Diabinhos do meu altar

Maria J. Lourinho

Segundo o Expresso online, Macelo foi hoje a uma escola de Ourém, onde aproveitou para se solidarizar com a greve de professores, amanhã, promovida pelo sindicato STOP (direita mas com pouca representação).

Pergunto-me se ser activista sindical, para além de comentador e adepto, também passou a integrar as funções presidenciais na óptica de MRS. Pelos vistos, sim.

Quem por aqui passa, sabe que não morro de amores nem pelo Ronaldo nem pelo Marcelo, que são santinhos do altar dos portugueses. Por isso, criticar qualquer um deles é ficar à mercê de apupos e outras coisitas mais.

A Ronaldo reconheço a capacidade de atleta, a Marcelo sempre reconheci a capacidade de intriga. As suas personalidades não me são simpáticas e de modo algum me dão orgulho.

Por isso penso muitas vezes - raios que me partam, a mania que eu tenho de ser do contra!

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