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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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Última Paragem

30
Dez23

Hoje, também quero acreditar

Maria J. Lourinho

 

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Quase, quase, no fim de um ano mauzito, sinto-me, frequentemente, à espera de um ano mauzão, e de um futuro sem futuro. Estas palavras da escritora Lídia Jorge, em entrevista dada hoje ao jornal Públicio, são uma espécia de inesperado agasalho em dias de gelo.

E com elas termino o ano, desejando a todos que, afinal, 2024 não seja o ano mauzão.


"Acredito que há coincidências surpreendentes que salvam as coisas. Não é que salvem a vida individual, mas a humanidade. Mesmo neste momento infernal que estamos a atravessar, tenho ideia de que qualquer coisa muito boa tem de acontecer, porque há uma espécie de lei de saturação do mal. Até na Segunda Guerra Mundial, sobre o cadáver de tanta gente, houve o futuro. Custa muito crer nisto, mas a História é isso mesmo: uma catástrofe contínua, com intervalos."

27
Nov23

Acho que é azia

Maria J. Lourinho

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Os fantasmas voltam sempre para nos assombrar. Mas deste, mais múmia que fantasma, às vezes tenho pena. É que ele tem cara de quem acha que a vida é uma cabra que sempre o trata mal. Ou então terá calos nos pés, ou cólicas, ou dor de dentes, ou azia, sei lá.

(também não quero saber... mas parece-me mais azia)

Não fiquei vesga; escolhi, de propósito, uma foto pequenina e a descair para a direita que é para onde vamos.

20
Jun23

Opinião dissonante

Maria J. Lourinho

Li algures que há jovens que já não sabem pegar na caneta e escrever à mão, como há muitos outros incapazes de executar as operações aritméticas básicas. Não era dito que esses jovens não tinham sucesso escolar, as afirmações apenas continham uma pouco velada crítica às alterações do "estar" e do "ser" que sentimos já.

Confesso a minha pouca preocupação.

Os jovens não têm essas habilidades, mas têm outras, mais necessárias para o futuro.

Na maioria do nosso tempo de vida, era necessária a escrita à mão e o cálculo. No tempo da minha bisavó era imprescindível a uma mulher saber fazer pão ou costurar umas ceroulas. No tempo de adulta da minha neta, ela não precisará de nada disso, nem sei de que é que ela precisará, porque a vida será radicalmente outra. 

No futuro, acredito, os humanos também serão muito diferentes daquilo que conhecemos. Serão outra coisa, mas ainda humanos, ainda  pensantes, com emoções e razões.

Assumamos que Darwin, na sua teoria da evolução, não disse que nós, no século XX, seríamos o "pináculo" da evolução e que a coisa pararia por aí.

Teremos pena de não conseguir vislumbrar o que os miúdos de agora serão (sabemos que alguns dos trabalhos que terão em adultos ainda nem foram inventados) mas devemos confiar que essa outra "coisa", tão diferente de nós, será melhor.

Eles podem não saber realizar as oprações básicas, mas eu também não sei fazer ceroulas. Nem nunca precisei.

E o futuro já não é aquilo que costumava ser.

 

20
Set21

Sobre o negacionismo

Maria J. Lourinho

... "Mas há a prevenção. Primeiro, perceber que a regulação da informação não pode ser a mesma do século XX. Depois, reduzir a pressão a que estamos a submeter a comunidade. Assumir, como ouvi do pneumologista Agostinho Marques, que estamos a passar da pandemia para a endemia. Aceitar que, passada a fase aguda, viveremos com mais um vírus entre nós. Tirar as máscaras na rua, depois nos espaços fechados. Voltar a beijar e a abraçar, não aceitando um “novo normal” trágico para a nossa saúde mental, emocional e social. Prolongar o que não tem de ser prolongado é fabricar negacionistas. As manifestações de ódio, que noutros países perigam a vacinação, são o termostato a funcionar. Agora, concentremo-nos em vacinar as populações dos países pobres, de onde podem vir novas variantes. E regressemos à vida, para amenizar a fadiga que se manifesta em espasmos de loucura. Nuns casos, pela negação da evidência. Noutros, pelo medo paralisante, que não é mais saudável."

Daniel Oliveira, excerto do artigo no Expresso de 17 Set 2021

30
Abr21

Coisas sábias

Maria J. Lourinho

Frederico Lourenço em entrevista a Anabela Mota Ribeiro 2014

 

Tem algum verso de que goste muito?

Há um verso da Ilíada que é dos mais importantes da minha vida. Aparece duas vezes, diz o seguinte: “A estas coisas permitiremos o terem sido”. Aquiles olha para trás, para as coisas que estão para trás na vida dele, depois de as enumerar.

 

É uma forma de dizer...

Vou aceitar que o passado existiu desta forma, não vou entrar em luta com o que foi o passado, vou centrar-me no agora e no futuro. Esse verso é de uma profundidade espantosa. Não é óbvio. Muitas vezes estamos ainda a lutar com os anos que já passaram. Estamos a tentar entendê-los.

 

A fazer as pazes.

Sim. Chegar a esse ponto, de permitir que o passado tenha sido assim, é de absoluta lucidez.

 

17
Mar21

Sonhar o futuro

Maria J. Lourinho

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"Pete Buttigieg é o secretário de Transportes da Administração Biden. Há poucos dias Buttigieg publicou no Twitter uma imagem que começou a correr há dois anos principalmente entre os apoiantes de Sanders: um mapa com a maioria dos 48 Estados contíguos dos EUA interligados por uma rede de linhas de alta velocidade em que as grandes cidades norte-americanas aparecem, de Nova Iorque a Los Angeles, como se fossem meras estações de uma linha de metro. A geração pós-millenial, dizia, está a “sonhar em grande, e todos devíamos fazer o mesmo”.

Do artigo de Rui Tavares no Público

Nós por cá, continuamos a discutir um novo aeroporto. Quantas linhas e comboios de alta velocidade conseguríamos pelo mesmo preço?

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