Hoje, também quero acreditar
Quase, quase, no fim de um ano mauzito, sinto-me, frequentemente, à espera de um ano mauzão, e de um futuro sem futuro. Estas palavras da escritora Lídia Jorge, em entrevista dada hoje ao jornal Públicio, são uma espécia de inesperado agasalho em dias de gelo.
E com elas termino o ano, desejando a todos que, afinal, 2024 não seja o ano mauzão.
"Acredito que há coincidências surpreendentes que salvam as coisas. Não é que salvem a vida individual, mas a humanidade. Mesmo neste momento infernal que estamos a atravessar, tenho ideia de que qualquer coisa muito boa tem de acontecer, porque há uma espécie de lei de saturação do mal. Até na Segunda Guerra Mundial, sobre o cadáver de tanta gente, houve o futuro. Custa muito crer nisto, mas a História é isso mesmo: uma catástrofe contínua, com intervalos."