Serotonina XXVII
Se nos for possível, bom fim de semana.
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Se nos for possível, bom fim de semana.
Pequeno excerto da entrevista a Carlos Fiolhais no Público de 1/7/2023, infelizmente só para assinantes, sobre a viagem que o telescópio espacial Euclides está prestes a iniciar, para estudar milhões de galáxias durante 6 anos.
O que é isto da matéria escura e da energia escura?
Infelizmente, a matéria escura continua a ser um grande mistério, tal como a energia escura. São os dois “escuros” para nós ainda e dois dos maiores mistérios da física actual. São enigmas com origem no espaço que têm desafiado a nossa capacidade de entendimento.
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Há sinais que vêm do espaço, nos dois casos, que nos dizem que há qualquer coisa ainda incompleta e que as nossas teorias físicas não são ainda a última palavra e, portanto, precisamos de saber mais e de compreender melhor.
Para dar uma ideia da extensão da nossa ignorância, em números redondos, a matéria normal — que compreendemos muito bem, feita de átomos e partículas que constituem a matéria de que nós somos feitos — não passa de 5% da matéria e energia total do cosmos. Os outros 95% são constituídos pela energia escura (cerca de 75%) e pela matéria escura (cerca de 20%).
..."Estima-se que existam atualmente cerca de 9300 toneladas de lixo espacial a orbitar a Terra. Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), (...) desde o início da exploração espacial, em 1957, cerca de 6.000 lançamentos espaciais colocaram mais de 26.000 objetos na órbita terrestre. Destes, só cerca de 2.800 estão funcionais, constituindo os restantes detritos espaciais, a maioria dos quais "são fragmentos de cerca de 550 desintegrações, explosões, colisões ou eventos anómalos que originam a fragmentação dos satélites ou de partes dos foguetões”, explica a ESA. Os números são ainda mais impressionados quando se considerarem os detritos mais pequenos, que não podem ser monitorizados: a agência estima que habitem a órbita terrestre 900 mil objetos maiores do que 1 centímetro e 128 milhões com mais do que um milímetro.
É uma “autêntica ‘constelação’ de lixo espacial”, com um grande potencial de destruição, afirma Pedro Mota Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço da Universidade de Lisboa. Pelo facto de atingirem velocidades que chegam aos 56.000 km/hora, mesmo objetos do tamanho de uma unha podem inutilizar por completo um satélite ou causar danos sérios numa nave espacial, pondo em perigo a segurança dos astronautas. Uma ameaça que ficou evidente há pouco mais de duas semanas, quando os astronautas da missão Crew-2 da Space X, que viajavam em direção à Estação Espacial Internacional (EEI), foram aconselhados a recolocar os seus fatos e a sentarem-se em segurança devido a uma potencial colisão com lixo espacial, que não se confirmou."
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Excerto de um artigo do Expresso do jornalista Nelson Marques, 10 Maio 2021