Marie
A escultura que se vê na imagem foi criada por Julião Sarmento e pertence à colecção do Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Gulbenkian. Destinava-se, originalmente, ao pátio exterior da delegação da Fundação em Paris.
Sarmento chamou-lhe Marie, fê-la em resina com 180 centímetros de altura, e vestiu-a com uma peça de seda concebida pelo designer de moda português Felipe Oliveira Baptista
Para assinalar um ano da morte do autor, (em 2021), a peça aterrou no jardim da Fundação em Lisboa, diante da porta de acesso à biblioteca. Ali continua, há um ano, açoitada por todas as intempéries.
Não sei que processo criativo levou o Julião Sarmento a concebê-la como peça de exterior. O certo é que olho para ela e penso: pobre Marie, para começar saltou-lhe a tampa e, com o que tem chovido, deve ter a cabeça em água.
A roupeta, como se vê na primeira imagem era azul e a seda tinha bom “cair”.
Agora é cor de sujo e está práli, ora mais para a frente, ora mais para trás, como se pode ver na segunda imagem.
Hoje, calhou olhar para o estrado de madeira em que se apoia e juro que pensei: então, Marie, xixi pelas pernas abaixo?
Em geral, sempre gostei do trabalho do Julião Sarmento, mas acho esta Marie cada dia mais constrangida e constrangedora.
Os experts que me perdoem.