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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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Última Paragem

30
Jul24

Ai....

Maria J. Lourinho

Ai como eu lamento pensar isto, mas penso: Paulo Raimundo é um imbecil que, como Trump, acha que algo ser verdade ou mentira é só uma questão de opinião. 

Não tem dúvidas, sempre só certezas, e as sua declaração sobre as eleições na Venezuela é tão lamentável como a Bernardino Soares sobre a "democracia" na Coreia do Norte há uns anos.

Paulo Raimundo é um imbecil carregado das certezas que germinam na ignorância.

E pensar que tanta gente deu o melhor de si pelos belos ideais de liberdade e justiça que diz defender.

11
Mar24

Banhada

Maria J. Lourinho

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Cinquenta anos de 25 de Abril, cinquenta fascistas no Parlamento.

Agradecimentos por ordem cronológica de entrada no acontecimento:

- À comunicação social que há 5 anos apaparica e carrega o monstro às costas para agora se poder mostrar tristonha.

 - A António Costa e Fernando Medina que preferiram fazer um grande mealheiro a resolver os problemas prementes da vida das pessoas. Já Salazar tinha feito o mesmo.

 - Ao Ministério Público muito habilidoso a levantar suspeitas e "um pé" a prová-las

 - A Marcelo Rebelo de Sousa que durante anos enganou quase Portugal inteiro. Por fim, o seu natural modo de ser e estar, intriguista, venenoso, dissimulado e interesseiro, veio ao de cima. Queria, porque queria, mais uma eleições mesmo com o desastre anunciado.

 - Por fim, ao milhão de portugueses ressentidos que acreditam que um aprendiz de fascista lhes vai resolver os seus reais problemas.

Eu deitei-me a pensar no título do filme: Good Night and Good Luck (Boa Noite e Boa Sorte). E assim vou continuar.

 

01
Mar24

E eu a vê-la escorregar

Maria J. Lourinho

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Já por duas vezes, nesta campanha eleitoral, Mariana Mortágua, se não mentiu, foi, pelo menos, pouco rigorosa nas suas afirmações.

Primeiro foi o caso da renda de casa da avó, verdadeiro episódio populista e descuidado porque, como ela sabe, ou devia saber, hoje nada passa sem averiguação ( e já nem falo de aproveitamento).

Mais recentemente, foi a um popular programa da manhã dizer que o pai tinha sido condenado a prisão perpétua pela ditadura. Ora, a prisão perpétua acabou em Portugal ainda no século XIX; o pai Mortágua pode ter sido condenado a X anos de prisão acrescidos de "medidas de segurança", que, na prática, podiam prolongar a pena à vontade do ditador. Mas isso é bastante diferente  do que ela disse e volta a ter um aroma a populismo barato.

Mas, o que ainda me chateia mais, é que, sem nunca perder a sua pose cândida, Mariana Mortágua diz tudo com um arzinho de quem se sente moralmente superior. Faz-me lembrar o velho e risível livrinho do PCP - "A superiorida moral dos conunistas"!!!!!!

Parece que, no tal programa, a moça cozinhou uma açorda de alho à moda do Alentejo. Pois, como também se diz por lá, acho que, pelo menos na política, ainda precisa de comer muitas (açordas). E de ser mais rigorosa (ou honesta, sei lá).

25
Jan24

Se não sabe, não vote

Maria J. Lourinho

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A jornalista Bárbara Reis escreve hoje no Público sobre a inusitada situação que o jornal verificou ontem, quando milhares de pessoas foram ler nele uma notícia velha de há 3 meses.

Escreve ela.

"Um anúncio fez rir e pôs pessoas a ler notícias.
E fiquei a pensar: o que levou tantas pessoas a irem ler uma notícia velha e factual, o primeiro de muitos artigos que se escreveram nos últimos meses sobre essa incrível descoberta?
...
A resposta é simples: o número 75.800 euros está na nova campanha publicitária do Ikea.

Se estou a pensar bem, milhares de pessoas viram a campanha ficaram curiosas e quiseram saber o que significava aqule valor no cartaz. Ou seja, milhares de pessoas não sabiam dos 75.800 euros, uma das razões que levaram António Costa a demitir-se, que foi, digamos, a notícia do ano."

E digo eu: Estes milhares, e os que nem sequer foram averiguar o que seria, também votam no dia 10 de março.

A iliteracia política de tantos portugueses é assustadora. Por isso mesmo, há muito que deixei de apelar ao voto pura e simplesmente, como se todos soubessem o que estão a fazer.

Agora, acho mesmo que quem não está informado não deve votar. Deve ficar na sua casinha, desinteressado do voto como do resto.

Votar é um direito, um dever, mas também uma responsabilidade cívica que muitos milhares não estão habilitados a assumir.

Agora digo: se sabe, em consciência, o que vai fazer, vote; se não sabe, não vote.

Assine um jornal. Qualquer um.

 

15
Jan24

Análise muito de trazer por casa

Maria J. Lourinho

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Olhando a campanha eleitoral, já em curso, para as eleições de 10 de Março, e como criatura que gosta de política desde que se conhece, não consigo encontrar lógica nas posições do PCP e do Bloco, mas sobretudo do primeiro.

O povo de esquerda, duma maneira geral, gostou de geringonça, mas estes dois partidos estão convencidos que foi ela a sua desgraça. Não foi! Foi o medo do Chega que levou tanta gente a votar PS mesmo que a contragosto.

E agora talvez se repita o mesmo cenário. Com as sondagens a apontarem ganhos exponenciais do Chega, o que fazem os partidos à esquerda do PS?

Bom, o PCP jura que geringonça nunca mais, e o Bloco diz que é preciso uma maioria com um “programa para Portugal” e um Governo que dê “certeza de o aplicar”.

“Um programa para Portugal”, temo que, como habitualmente, o Bloco pense que é o seu, e só o seu. E se não for, terá um bom argumento para dizer que, "em consciência", não pode ajudar. (Cheira-me a jogo de toca e foge).

O que diz Pedro Nuno Santos? Não jura nada, mas afirma que a geringonça foi boa e parece disposto a repetir a experiência se necessário.

Posto perante este quadro, o que fará o tal povo de esquerda?

Vota PS, claro, não por amor ou convicção, mas para esconjurar o medo e para alimentar a esperança.

Eu?

Voto LIVRE!

Está dito e não conto repetir. Ou talvez repita, sei lá.

Boa semana.

04
Abr23

Tanta felicidade também cansa

Maria J. Lourinho

Na última medição (realizada não sei por quem, mas isso também não interessa nada), o povo finlandês subiu de novo ao pódio como o povo mais feliz do mundo.

Como escrevia o RAP na sua crónica no Expresso, é difícil de entender como se pode ser o povo mais feliz do mundo a habitar um “país que, em Janeiro e Fevereiro, tem uma temperatura média próxima de -5°C. Que chega a ter temperaturas inferiores a -20°C. Que, no Inverno, tem dias que duram menos de seis horas. E que, no Verão, costuma ter uma temperatura máxima de 20°C. ... Um país cuja gastronomia deve ser tão interessante que o prato nacional é pão de centeio.” E acrescenta ainda que a Finlândia faz fronteira com a Rússia, país que gosta de abocanhar “as carnes” dos vizinhos.

É, sem dúvida, um bocado surreal, mas ouvi um português que lá vive justificar a classificação dizendo: é um país em que tudo funciona.

AAAAAAHHHHHH, agora já percebo, e cada vez melhor. Por cá, parecemos um bando de baratas tontas, sem saber se podemos ir ou vir, se temos consulta, se podemos deixar os miúdos na escola, quando poderemos fazer um passaporte etc. etc..

Dado o contraste, fica fácil perceber a felicidade daquelas gentes do Norte, não é?

Pois se tudo funciona...

Porém, como tanta felicidade enjoa, e tudo a funcionar até dá cabo dos nervos, os finlandeses foram a votos e mandaram a social-democrata e guapissima Sanna Marin para casa, preferindo o senhor da direita e uma outra senhora de extrema direita. Estes, que presumivelmente vão governar, querem cortar na despesa pública. Ora, disso percebemos nós muitíssimo, podemos dar lições - há décadas que os nossos governos não fazem outra coisa, e por isso vivemos como baratas tontas.

Daí eu concluir que os finlandeses estão fartos de bom funcionamento e de serem felizes, e que esse é um direito que lhes assiste. Mas depois não se ponham a ralhar porque o autocarro se atrasou 2 minutos, tá?!

Ou será essa enorme excitação nervosa de esperar 40 minutos por um autocarro que lhes está a fazer falta?

Ser sempre feliz também cansa, parece.

09
Nov22

Teimosos

Maria J. Lourinho

Na aldeia do meu pai, havia um homem extraordinariamente teimoso. 

Um dia, ao balcão da taberna, face a uma situação demasiado óbvia mas que ele insistia em contrariar, o companheiro de copos disse-lhe:

Ó homem, mas tu não vês?

Resposta: Eu não vejo, mas mesmo que visse, não era.  

Assim está metade da América, ou seja, os apoiantes de Trump: por mais que lhes mostrem que se trata de "um homem sem qualidades", eles não vêem, mas mesmo que vissem... não era.

Porém, o amanhecer hoje não foi tão mau como eu estava à espera. 

 

26
Set22

Europeus como eu

Maria J. Lourinho

Os europeus de barriga cheia andam indignados com tantos imigrantes. Assim sendo, pumba!, votam na extrema-direita xenófoba. Ontem em Itália, antes, na sempre exemplar Suécia.

Dantes, ficava preocupada; agora, vou sentindo um desprezo cada vez mais profundo por estes eleitores europeus como eu.

Mas gostava que, ao menos uma vez, se lhes fizesse o gosto - sem imigrantes - aí durante um mês antes das eleições.

Ficariam sem pessoal para lhes varrer o chão, despejar o lixo, limpara as latrinas públicas, apanhar a fruta, servir à mesa, lavar os tachos,  limpar o rabo dos doentes, empurrar as macas, levar a comidinha Uber a casa.

E depois já podiam ir votar.

25
Set21

Um módico de sensatez

Maria J. Lourinho

Até há poucos anos, eu sentia que na generalidade das pessoas havia um módico de sensatez e que, por isso, a todas eu podia dizer -  vá votar, não fique em casa.

Agora já não é assim. Por isso digo e penso - se não sabe, não vote!

Talvez seja a abstenção que nos possa salvar a democracia.

Isto é, talvez o mundo esteja já ao contrário.

23
Jan21

Eleições

Maria J. Lourinho

Em véspera de eleições presidenciais, é desesperante a reiterada dispersão de votos à esquerda.

Todos nos alertam para a possibilidade de o candidato da direita boçal e cavernícola poder ficar em segundo lugar, mas nem isso consegue fazer com que as esquerdas parem de olhar para os respectivos umbigos e insistam em medir pilinhas. Quando a medição terminar, creio que todas vão ficar envergonhadas; mas quem mais perde, no fim de tudo, é o país e a democracia.

Na política, para desistir numas eleições é precisa uma de duas coisas: grandeza ou medo.

Grandeza não há, e o medo ainda não chegou. Mas, dado o caminho que seguimos, chegará na próxima vez.

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