Domingo de Março sem política
As fotos são minhas mas pode levar. Bom domingo.
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As fotos são minhas mas pode levar. Bom domingo.
A manhã está morna. O sol é tímido. A vida começa a anunciar-se nas hastes dos arbustos.
Com a chuva que caiu no inverno, em breve teremos uma explosão verde.
Ainda não a sinto. O mundo está demasiado confuso e perigoso para que nos alegremos descuidadamente com o renascer da vida - uma marioneta presa por cordéis gastos. Que se partem aqui e ali.
Remendá-los parece ser cada vez mais difícil.
As nossas pequenas dores são ridículas. Mas para cada um de nós podem ser equivalentes a guerras, interiores e silenciosas, também elas o resultado de fios puídos e nunca substituídos.
Avisado será dar atenção à ode de Horácio:
"Sê sensata, decanta o vinho, e faz de uma longa esperança um breve momento. Enquanto falamos, já invejoso terá fugido o tempo: colhe cada dia, confiando o menos possível no amanhã."
Foto mybookgraam
Coreia do Sul
O meu café do costume fecha ao domingo. Assim, arranjei um outro, do costume do domingo, recentemente remodelado, limpo, apetitoso e em que só encontro brasileiro(as) a trabalhar, o que não é novidade nenhuma; são, regra geral, simpáticas e bem humoradas.
Quando hoje saí de casa, aí pelas 9 da manhã, o telemóvel marcava 26º. A porta do café estava apenas meio aberta, o que achei normal, dado o calor e o sol a bater nela, mas quando entrei, o ar estava ainda mais quente do que na rua.
Estranhei, olhei à volta, e vi um ar condicionado no tecto.
Perguntei: não ligam o ar condicionado?
Uma funcionária respondeu, mais para dentro que para fora, que hoje ainda não tinham ligado.
Porém, dirigiu-se para o comando de parede do aparelho, olhou e dialogou com a colega: 30º!!- liga-o e tira uma fotografia – não, isso não tiro - devias tirar.
E assim ficaram, mas o aparelho foi ligado.
Logo de seguida, diria eu que como complemento, a segunda empregada dirigiu-se à porta meio aberta e abriu-a de par em par com o ar satisfeito de quem pensa: assim, sim, isto agora vai refrescar.
O sol entrou pela casa em poderosos jorros, eu bebi o café tão rápido quanto pude e fui-me embora.
Confesso que ainda tive a tentação da pedagogia, mas logo me lembrei que para emigrante brasileiro, frequentemente, ensinamento é sentido como desrespeito para com ele, e desisti.
Assim vai o nosso quotidiano: uns não sabem, outros desistiram de ensinar.