Baderna
O que se passou na Assembleia da República para a eleição do seu novo presidente foi lamentável, se não mesmo vergonhoso. Eu, pelo menos, senti vergonha.
Ao contrário da esquerda alargada em que geralnente me posiciono, gostei do modo como se resolveu a crise.
Criada pelo Chega, arte em que se mostra insuperável, vimos um PSD, e sobretudo um Montenegro, amarfanhado, derrotado, humilhado, sem reacção nem solução. A linguagem corporal de Luis Montenegro era muitíssimo eloquente. Era preciso resolver o embroglio em que o PSD se meteu, ao confiar em quem não é confiável.
Foi então que o PS se chegou à frente e encontrou uma solução. Isso não fez dele um aliado do PSD, nem um início de bloco central, nem deixou a oposição para o Chega como a esquerda diz. Apenas não deixou degradar ainda mais a imagem dum importante órgão de soberania. Atalhou a baderna e encerrou o assunto.
Para fazer a oposição que importa, haverá ainda muito tempo.
Resumindo, foi a maturidade na sala.
Eu gostei, e creio que todos os que amam a democracia também.