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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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Última Paragem

04
Jul23

Interrogação minha mas de que nunca me tinha lembrado

Maria J. Lourinho

É para isso que (também) servem livros e escritores - para nos dizerem e interrogarem sobre nós mesmos.

"Como será que estamos presentes na existência dos outros, na sua memória, na sua maneira de ser, mesmo nos seus actos?"

Annie Ernaux em Memória de Raparig

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A descrição dos seus anos de passagem, de que se ocupa esta obra, vividos dez anos antes de Maio 68, e, portanto, da queda de todos os interditos, sobretudo os sexuais, é de um desassombro tão completo e corajoso que pode, em algum momento, trazer desconforto ao leitor, de tal modo nos sentimos a espreitar pelo buraco da fechadura, e a entrar em locais para onde, geralmente, não somos convidados – não tanto no corpo da rapariga, mas sobretudo na sua alma.

Crescer nunca foi fácil, muito menos para as mulheres no final dos anos 1950 e princípio dos de 1960; por isso lê-lo incomoda, mas a escrita delicia.

E cito a citação que Annie Ernaux faz de Nitetzsche que, por fim, tudo resume:

- Temos a Arte para não morrermos de Verdade.

 

13
Dez20

Uma Paixão Simples, Annie Ernaux

Maria J. Lourinho

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Annie Ernaux

Quem já viveu, na idade adulta, uma paixão amorosa lícita ou ilícita, encontrará neste livrinho de setenta páginas, tudo o que enforma esse sentimento humano, de entre todos o mais poderoso e obsessivo.

"fonte da maior felicidade e da mais dolorosa solidão, viver algo assim será talvez o maior privilégio da existência", escreve-se na contracapa.

Lançado em 1991, foi reeditado pela Porto Editora em 2020, nas Edições Livros do Brasil, formato de bolso, por 8,80€.

Annie Ernaux nasceu em França em 1940.

Galardoada com o Prémio de Língua Francesa (2008), o Prémio Marguerite Yourcenar (2017), e o Prémio Formentor das Letras (2019) pelo conjunto da sua obra.

Com Um lugar ao Sol (1984) venceu o Prémio Renaudot. Em 2008, com Os Anos, vence o Prémio Marguerite Duras e é finalista do Man Booker Internacional.

Eu desconhecia Annie Ernaux, mas ao terminar a leitura percebi que a minha "família" tinha mais um membro.

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