Presunção e água benta, cada um toma a que quer
"Que poeta, que escritor não gostaria de atribuir o pouco efeito que produz no espaço público (mesmo quando ganha um prémio importante e cheio de prestígio) a uma operação consciente de silenciamento? Mas converter o silêncio em silenciamento é muito precipitado e não tem em conta o lugar que as coisas da poesia ocupam. Seria um bom sinal que houvesse de facto silenciamento. Mas tenho a certeza que não. Lutar contra o silenciamento seria um tarefa mobilizadora, uma batalha onde se perfilam hostes amigas e inimigas; lutar contra o silêncio é muito mais difícil, é uma luta cega."
"Livro de recitações"
António Guerreiro, Público 11/6/2021
Isto foi escrito a propósito da pouca divulgação do prémio de poesia Reina Sofia atribuído a Ana Luísa Amaral, e como análise a um artigo de Isabel Pires de Lima sobre o assunto.
As coisas da cultura cada vez têm menos espaço em jornais e televisões, mas isso tem que ver com o "santo" mercado e não com censura. Acho mesmo muito estúpido que a Isabel Pires de Lima entre nestas parvoíces da mania da perseguição.
Afinal, há ex-ministros tão curtinhos de vistas e interpretação como a malta do Facebook que, mal lhes desaparece um post acha logo que está a ser algo de censura.
Vistas bem as coisas, estão todos ao mesmo nível, quer nas vistas curtas, quer na importância que se atribuem.