O amor
Fábio Loureiro fugiu da cadeia, gozou um mês de ar livre e voltou à choça.
E o que desgraçou este homem que mete medo à sociedade? O Amor.
Podia ter continuado em Tânger, gozando a temperança mediterrânica, com todas as suas necessidades satisfeitas, mas o Amor tramou-o.
Podia ter dança do ventre todos os dias (ou noites), podia ter insinuantes bailarinas dos sete véus, podia comer tâmaras e beber chá de menta à beira da piscina enquanto planeava o próximo golpe mas...em vez disso, o que fez? Sentia um vazio no peito, desatou a emagrecer, quiçá a ter insónias. E foi então que percebeu que não podia viver nem mais um dia sem ver a sua namorada.
Ela foi. E a polícia também.
Moral da história, e plagiando sem piedade a maravilhosa letra de João Gilberto, podemos concluir que no peito de um bandido... também bate um coração.
Ou ainda, talvez melhor, plagiando Miguel Esteves Cardodo, O Amor é F*****.