América, o futuro é hoje
O que ele escreveu:
"Prevejo o que será a América no tempo dos meus filhos ou dos meus netos – quando os Estados Unidos forem uma economia de serviços e de informação; quando praticamente todas as grandes indústrias se tiverem deslocado para outros países; quando tremendas forças tecnológicas estiverem nas mãos de uns quantos e ninguém que represente o interesse público as conseguir sequer entender; quando as pessoas tiverem perdido a capacidade de planificar o que lhes diz respeito ou de interrogar quem detiver o poder; quando, com os nossos cristais fechados na mão e consultando nervosamente os nossos horóscopos, com as nossas faculdades criticas reduzidas, incapazes de distinguir entre o que nos agrada e o que é verdadeiro, regressarmos, quase sem dar por isso, à superstição e à ignorância.
A lição que se pode tirar daqui é que o estudo e a aprendizagem – não só da ciência, mas de tudo – são de evitar e até indesejáveis. Criámos uma civilização global na qual os elementos fundamentais – os transportes, as comunicações e todas as outras indústrias, a agricultura, a medicina, a educação, as diversões, a protecção do meio ambiente e até a instituição democrática fundamental das eleições dependem profundamente da ciência e da tecnologia. Também dispusemos as coisas de tal modo que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. Isto é uma receita para a catástrofe. Podemos continuar durante algum tempo, mas, mais cedo ou mais tarde, esta mistura explosiva de ignorância e de poder vai rebentar-nos na cara.»
Carl Sagan,
“Um Mundo Infestado de Demónios” (escrito em meados da década de 1990)
E o dia 5 de Novembro cada vez mais próximo, digo eu!