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Última Paragem

O blog do bicho do mato

O blog do bicho do mato

Última Paragem

29
Ago24

Olha eu

Maria J. Lourinho

"Nas mais variadas ocasiões (algumas divertidas), as pessoas esquecem-se de mim, não estão bem a ver quem sou, têm uma ideia vaga, não gostam nem desgostam, conhecemo-nos mas é como se nunca nos tivéssemos conhecido, evoco episódios que não recordam, converso sobre casos que vivemos juntos sem despertar qualquer reacção, amigos esclarecem que somos apenas conhecidos, namoradas lembram-se de mim como um vizinho que encontram no elevador ao fim-de-semana, primos em primeiro grau tratam-me como primo em oitavo, vizinhos não respondem ao cumprimento, lojistas não me atendem porque não deram por mim, e uma vez num café, é certo que em Paris, levantei umas vinte vezes o braço e saí sem ser atendido."

Pedro Mexia

Expresso, Agosto 2024

Tal e qual 

28
Ago24

Vemos, ouvimos e pensamos

Maria J. Lourinho

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Este par de jornalistas da CNN estava em directo no momento do sismo. Era madrugada e não os vi no momento, mas vi-os depois, quando o canal repetidamente os mostrou. A jornalista, como todos vimos, só pestanejou, e o jornalista olhou para o lado.

De início, pensei - que profissionalismo, mas sentia algum desconforto que não percebia. Até que finalmente percebi.

Ser profissional de televisão, num momento de perigo,  é ficar como estátua de cera como se nada estivesse a acontecer? Não, não é.  

Ser profissional de televisão, num momento de perigo, é, antes de mais ser humano, procurar o outro e o seu  olhar, para nele confirmar que há perigo, mas não estamos sós.

Coisas que se vão perdendo à conta do famoso "mérito".

26
Ago24

Terão medo de quê, eles?

Maria J. Lourinho

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 Notícias do inferno:
 
"No documento, composto por mais de 100 páginas e 35 artigos, como descrito pelo El País, as mulheres são também proibidas de usar cosméticos ou perfumes, com o objetivo último de as impedir de imitar “o estilo das mulheres não muçulmanas”.⁠

Uma das medidas mais severas consiste em impedir o som da voz das mulheres em público, incluindo os atos de cantar, recitar ou falar para um microfone. Estão mesmo proibidas de olhar para homens que não sejam seus familiares.⁠

De acordo com Mohammad Khalid Hanafi, ministro com a pasta da Virtude e dos Vícios, a aplicação da Shari’a [lei islâmica] e do hijab é linha vermelha para os dirigentes talibãs. “Não podemos negociar com ninguém sobre estes assuntos”, garantiu.⁠"
 
Jornal Observador
 
Sem comentários!

 

24
Ago24

Ainda que mal pergunte

Maria J. Lourinho

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Num dia desta semana, o telejornal da noite da RTP3 ofereceu um belo tempo de propaganda a uma criatura com uma alta patente israelita. Vinha fardado e tudo, falava português do Brasil, e gastou todo tempo a divulgar mais uma vez a cartilha de Netanyahu, do tipo - temos que bombardear escolas porque os terroristas escondem-se lá - e eu tive muita pena que a jornalista não lhe tivesse perguntado: ó seu grande animal, então se um terrorista entrar na escola do seu filho, quando ele está na aula, a solução para o problema é bombardear a escola?

Mas não, a Maria continuou sereníssima.

22
Ago24

O que é que você faria?

Maria J. Lourinho

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O que é que você faria, em dois minutos, para salvar o planeta?, pergunta-me o anúncio.

A minha resposta podia ser tola mas era rápida: proibia os cruzeiros!

Os cruzeiros, que são agora muitíssimos e sempre cheios de gente - classe média com poder de compra e preocupações ambientais (!!!), são a pior praga dos mares, a meu ver.

Quando olho para aqueles barcos mostruosos, não consigo deixar de ter sempre os mesmos pensamentos:

Quantas garrafas de vidro, quantos ossos de costeletas, quanta casca da batata, quantos pensos higiénicos, quanto cocó, quanto xixi com cocaína, quantos preservativos, quantos sacos de plástico, quanta água do banho com seus sabões, e por aí afora?

São hotéis flutuantes que, apesar de existirem regras (que serão cumpridas, ou não), são bastante permissivas.

Veja-se: "De acordo com a norma, é proibido lançar ao mar qualquer tipo de plástico. Porém, restos de comida, papeis, vidros, metais e louças podem ser descartados livremente a uma distância mínima de 12 milhas náuticas da terra mais próxima." 

Os armadores buscam o lucro, como é normal, os passageiros trabalham afincadamente durante as férias para a destruição da nossa casa comum.

O oceano também é meu e, sobretudo, por si só e pela vida nele existente, merece respeito.

Se eu mandasse, em dois minutos já não havia cruzeiros.

21
Ago24

De pasmar!

Maria J. Lourinho

lusaagenciadenoticias_1724260956145.jpg"Os talibãs destruíram mais de 21 mil instrumentos musicais e dezenas de milhares de CD com “filmes imorais” durante o último ano, vangloriou-se esta terça-feira o Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício do Afeganistão. A revelação foi feita por um porta-voz daquele gabinete, que disse, à margem de um evento, que foram destruídos 21.328 instrumentos musicais como parte de uma campanha contra a música, que os talibãs consideram ser contra a lei islâmica. A campanha inclui também visitas a restaurantes, salões de casamentos e hotéis para assegurar que não são reproduzidas músicas nas suas salas."

 
Notícia da agência Lusa

 

10
Ago24

Pichardo

Maria J. Lourinho

 

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Ó Pichardo, que chato que és, caramba!!

Faz-te à vida, rapaz!

 

(Precisamos de apoiar mais o desporto, sem dúvida, mas também precisamos de apoiar mais as crianças e os velhos, fazer casas, pagar melhor a médicos, professores, enfermeiros, ténicos de saúde, polícias, e bombeiros, cuidar da floresta, dos agricultores, dos estudantes pobres, dos transportes públicos etc.

Precisamos de quase tudo, meu!)

09
Ago24

Pensar política

Maria J. Lourinho

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Sobre os problemas na saúde:

"Leitão Amaro, ministro da Presidência, diz que ninguém de "boa fé" poderia esperar que o atual Governo resolvesse problemas que "3050 dias de incapacidade" socialista ajudaram a agravar."

Observador, 8/8/2024

Tem toda a razão, o moço, só se esqueceu de acrescentar que, na campanha eleitoral, talvez por falta de boa fé, o seu partido praticamente nos prometeu que o faria.

Contudo, não é essa promessa vã que me interessa. Interessa-me a ministra Ana Paula Martins e sua burrice (não , não fujo à palavra). Chegou chamando todos de incompetentes, o que é logo mau sinal, e provou, em pouco tempo, que a tonta é ela.

A demissão mais desastrada foi a do CEO da Saúde. Fernando Araújo, de cuja competência poucos desconfiam,  tinha um ano de trabalho. Sei que graças a ele consegui médico de família quando aceitei pertencer a uma USF a 500 metros daquela onde estava inscrita há anos. Não sei, obviamente, se a sua reforma do sistema iria ter resultados positivos, mas isso não sabe ninguém, porque não lhe deram tempo, nem para fazer, nem para avaliar o trabalho.

Se a ministra fosse uma mulher inteligente, teria pensado muito simplesmente: não gosto dele mas, com o verão à porta, vou esperar para ver; se correr mal, tenho bom motivo para o despedir, se correr bem, salvamo-nos os dois.

Sempre tenho dito, e cada vez mais - as mulheres que chegam ao topo na política, geralmente, pensam como os homens. É por isso que eles lhes permitem que lá cheguem.

Ora, se é para pensar e agir como um homem, prefiro um homem no lugar.

O original é sempre melhor que a cópia.

07
Ago24

Em dias de chumbo

Maria J. Lourinho

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Nestes dias, em que todos esperamos com alguma ansiedade, quando não medo, o ataque do Irão a Israel, e talvez para libertar ansiedade, tenho-me lembrado da história de um conhecido:

Perante as queixas da sua mulher sobre o comportamento do filho, e querendo satisfazer a mulher mas com pouca vontade de castigar o filho, voltou-se para este e disse: vai lá andando para o quarto que eu já vou lá bater-te.

Em dias de chumbo, um pouco de humor ajuda sempre.

30
Jul24

Ai....

Maria J. Lourinho

Ai como eu lamento pensar isto, mas penso: Paulo Raimundo é um imbecil que, como Trump, acha que algo ser verdade ou mentira é só uma questão de opinião. 

Não tem dúvidas, sempre só certezas, e as sua declaração sobre as eleições na Venezuela é tão lamentável como a Bernardino Soares sobre a "democracia" na Coreia do Norte há uns anos.

Paulo Raimundo é um imbecil carregado das certezas que germinam na ignorância.

E pensar que tanta gente deu o melhor de si pelos belos ideais de liberdade e justiça que diz defender.

25
Jul24

Amor

Maria J. Lourinho

A menina de 6 anos, que tem um único irmão de 7, perdeu-se na praia.

O sistema de comunicação entre banheiros funcionou na perfeição e a menina, rapidamente, foi encontrada.

Sobrou o susto e a humilhação que a faziam soluçar.

Toda a família ofereceu generosos abraços que foram aceite com relutância, e sem conseguirem parar os soluços.

Até que a menina, vendo o seu irmão esticado ao sol, de barriga para baixo na sua toalha, depois de também muito se ter assustado, deitou-se sobre ele, pousou-lhe a cabeça no tronco, relaxou os braços e, ali, pele com pele, os soluços foram parando, até cessarem. 

Tudo foi silencioso e durou poucos minutos.

O verdadeiro consolo tinha sido encontrado.

Depois, ora, depois, as brincadeiras continuaram.

19
Jul24

Reflexão estival

Maria J. Lourinho

1200x675_cmsv2_0e339a9b-9dbb-590a-b4de-ebae690e500Leio:

"O Japão recebeu 17,7 milhões de visitantes no primeiro semestre do ano, batendo o recorde histórico do país em número de turistas, anunciaram esta sexta-feira as autoridades nipónicas."

Observador

Sempre ouvi dizer que, se conhecermos melhor "o outro", estaremos menos dispostos a guerrear com ele.

Ora, o mundo parece estar louco por viajar, como esta notícia deixa perceber, a Europa está a deitar por fora com turistas, mas eu não sinto menor animosidade para com o tal "outro".

Ao contrário, sinto-me sentada em cima do vulcão que nos vai fritar a todos enquanto, cada um por si, faz as suas fotografias e as aprecia logo de seguida no smartphone.

Boa sorte para nós todos.

11
Jul24

Flocos de neve

Maria J. Lourinho

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"E estará esta nova visão do mundo que diz que precisamos de um psicólogo sempre à mão ligada à “geração floco de neve”, os que nasceram entre os anos 1990 e o início dos 2000?

...

A expressão começou por se referir aos millennials “demasiado convencidos do seu próprio estatuto de pessoas especiais e únicas para serem capazes (ou se darem ao trabalho) de lidar com as provações e dificuldades normais da vida adulta”, e passou a aplicar-se a toda a geração.

...

terá sido Claire Fox quem, dez anos depois, popularizou a expressão “geração floco de neve” no livro I Find That Offensive!, referindo-se à sensibilidade exacerbada, ao “sentido inflacionado de singularidade e sentido injustificado de direito” de uma geração “demasiado emocional, facilmente ofendida e incapaz de lidar com opiniões contrárias”.

Bárbara Reis, Público

Finalmente percebi: eles chegaram à idade de  entrar no mundo do trabalho e inundaram as nossas lojas, cafés, restaurantes, supermercados, centros comerciais e call centers.

O cliente quase tem de pedir desculpa por existir; não tem direito a contrapor, antes tem de concordar, agradecer e, se possível, venerar quem o atende. Não nos pedem um tratamento respeitoso e igualitário, não, exigem-nos silêncio e modéstia.

Não se sabem exprimir correctamente, mas adoram sugerir que não percebemos porque somos burros.

Não têm nenhuma flexibilidade, e quando tentamos argumentar que a flexibilidade é fundamental na vida, nem sequer entendem de que falamos, e assobiam para o lado.

É uma geração do caraças.

Oxalá a próxima seja mais cordial, já para não dizer "normal", porque parece que este também já é um termo cancelado - dizem que a normalidade não existe nem nunca existiu, mas a mim parece-me, apenas, que ela já não existe.

Foto do Google

09
Jul24

Como é que ela chegou aqui?

Maria J. Lourinho

 

 

 

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Dentro (e no alto) da sua bolha, vive Lucília contra o mundo, os ignorantes, os pecadores, os cabalistas e, às vezes, sente-se oráculo de Deus.

Na entrevista de ontem à RTP, reconheci alguém que vinha dos confins da ditadura, com todos os seus tiques bem estranhados na mente, sem empatia, com um inimigo em cada esquina.

Respaldada no Chega, que a apoia em tudo, assume toda a sua arrogância e temperamento antidemocrático.

Para ela "o inferno são os outros", e é hábil a manejar o chicote.

Um susto que ainda vai durar mais três meses.

Livrai-nos, senhor!

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