Sara
Há pessoas que têm um brilho próprio de tal maneira intenso que, mesmo os não crentes, os pouco dados à metafísica e por aí, percebem que a sua presença por perto é muito transitória.
Diz-nos a intuição que são diferentes, talvez melhores, sei lá. Sei que carregam em si, e transparece, um poder qualquer que nos envolve e fascina.
Talvez por tudo isso, não achamos estranho que partam cedo.
Temos muita pena, sem dúvida, mas aceitamos. Até porque, ao descobrimos esse seu poder, ao cruzarmo-nos com ele, ao reconhecê-lo, fica em nós uma marca indelével que permanece e nos enforma. Até ao nosso fim.
Assim era Sara Tavares.