Negociar é...
Quando uma classe laboral enceta uma luta, é porque precisa mesmo de a fazer. Para a sua própria sobrevivência, ou para um bem maior e colectivo.
Não tenho dúvidas de que os nossos médicos chegaram ao seu limite e sentem que o SNS também está nos seus limites.
Por isso lutam, como lutam todos os outro trabalhadores – fazendo greve.
Estas, nos serviços públicos, agridem sempre, e só, os utentes desses serviços. Dá-se o caso de, sendo os utentes também doentes, e geralmente sem outros recursos, a greve poder ter consequências muito graves e ser grande o sofrimento provocado.
A dura luta dos médicos atingiu alguns objectivos, que, ao que os próprios dizem, não são suficientes. Quatrocentos euros de aumento não são suficientes. E talvez não sejam mesmo; que sei eu disso?!
Há, porém, uma coisa que eu sei, e sei por experiência própria: negociar não é impor ou exigir. Negociar é uma troca, um toma lá dá cá, que satisfaz minimamente, e por etapas, ambas as partes. Só assim o “negócio” é bom.
A líder da FNAM parece que não concorda com isso.
Gosto de mulheres determinadas e assertivas, não gosto de mulheres (nem de homens) autoritárias e donas da verdade.
Felizmente, estas características são mais evidentes na juventude, e esta, como se sabe, é uma doença que passa com a idade.
A culpa é do senhor ministro? O senhor ministro não quer negociar?
Não creio. A culpa é sempre repartida.
Além disso, o senhor ministro conhece os seus limites. Já a Joana...