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Vivo por estes dias
“ A inexprimível tristeza das coisas”
Lido em Julian Barnes
Amores & Etc
A coragem tem um preço que Guterres não desconhece.
Orgulho nele!
Se crimes de guerra são sempre crimes de guerra, seja qual for o lado, os mortos também são sempre os mortos de alguém, filhos de alguém, irmãos de alguém, pais de alguém, amores de alguém, seja qual for o lado onde caem.
As fotos de cerca de mil civis e soldados israelitas sequestrados e assassinados pelo Hamas foram colocadas nos lugares vazios na plateia de um auditório da Universidade de Telavive, em Israel, como forma de homenagem. Uma bela homenagem.
Ainda bem que uma das partes envolvidas no conflito ainda tem o auditório inteiro, coisa que TODOS merecem.
Bem como TODOS merecem ser chorados.
Imagem do Expresso
Eles não humilham só palestinianos. Começam a humilhar-nos a nós e aos nossos representantes, que já se vão mostrando, ora de calças caídas, ora silenciosos, perante todas as exigência dementes do governo de extrema-direita israelita.
Paddy Cosgrave era-me indiferente. Comecei a gostar dele por não se ter esquecido dos sempre esquecidos. Espero que, agora, e face à pressão exercida, não recue tanto que lhe possamos ver o summit, perdão, as ceroulas, como já vimos as das Ursula, as da Metsola, as do Sunak e em breve as do Macron.
Força, Paddy. Segura os jeans.
Pois, não segurou.
Escrevi este pequeno texto no sábado a propósito da notícia sobre o cancelamento que Israel e muitas empresas tecnológicas fizeram da próxima Web Summit em Lisboa, devido a publicações que o seu director executivo fez no X. Escreveu ele uma coisa elementar:Crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando são cometidos por aliados, e devem ser chamados exactamente pelo que são” .
Face ao sururu e debandada, o pobre ainda veio pedir desculpa, sabe-se lá do quê, mas não se salvou.
Esta“cultura de cancelamento” que, por aqui, conhecemos bem porque nela vivemos 48 anos, não passa de censura pura e dura, por querer calar quem tem opinião diferente.
E consegue, está a conseguir! E como está pujante, a "cultura".
Mas alguém ainda não percebeu que é o diabo que ela traz no ventre?
Bom fim de semana de Outono
Foto Nicole Robillard
Se, nos últimos 70 anos, os nossos líderes ocidentais, de cada vez que Israel chacina palestinianos, tivessem decidido ir lá para expressar solidariedade como estão agora a fazer - todos a caminho de Telavive - já tinhamos tido de fazer uma ponte aérea para Ramallah.
Os meus piores instintos vêm todos ao de cima quando me começam a falar no Natal a meio de Outubro.
Imagem da série Sem Deus, Netflix
Imagem Culturainquieta no Instagram
Momento de humor no comentário político:
“O partido que tem a JSD não pode acusar os outros de serem betinhos”
Paulo Pedroso
Programa “O Outro Lado”, RTP3, 16/10/2023
Imagem Pinterest, Beto Looks
Já por várias vezes vimos na televisão imagens dos hospitais de Gaza.
Ontem, foi transmitida uma pequena peça sobre os médicos que não vão retirar porque se recusam a abandonar os bebés internados. Se eu conseguisse abstrair dos imensos dramas por trás da reportagem, teria ficado apenas bastante agradada, e até orgulhosa, com as instalações que vi – camas novas e limpas, ambiente claro e arejado, equipamento moderno e em profusão.
E por que ficaria tal coisa, isto é, agradada e orgulhosa? Porque muito do que vejo também foi feito com dinheiro meu - a Europa tem sido quem mais tem ajudado os palestinianos em tantos anos de conflitos e sofrimento.
Na maior parte do tempo – mas nem sempre - continuo a ter orgulho de ser europeia, e agradada por podemos ajudar outros. Apenas lamento que um país dessa mesma Europa, Portugal, não seja capaz de cuidar de si mesmo.
Quando em 2017 estive internada no Hospital de Santa Maria, em Medicina II, gostava muito, mesmo muito, de ter tido as condições que tenho observado em Gaza. Fica-se até envergonhado quando comparamos.
E facilmente concluimos que ser pobre não é apenas uma questão de dinheiro.
PS: O que eu vi pode ser visto aqui
Se nos for possível, bom fim de semana.
Neste blogue, por três vezes falei do escritor israelita David Grossmann, homem e escritor que muito admiro.
Hoje, interessou-me revisitar este post depois de ter lido o seu excelente texto, a propósito de 7 de Outubro, que o Expresso publica em exclusivo em Portugal.
Como o artigo é aberto, isto é, não é apenas para assinantes, deixo o link para quem se possa interessar.
É a visão de um homem bom, pacifista, israelita. Acresce que perdeu um filho numa das muitas guerras e escaramuças entre israelitas e palestinianos.
Boa leitura.
Qual avestruz, tenho andado a ignorar por aqui o conflito entre Israel e o Hamas.
Mas está a ficar insuportável continuar a assistir a tanto sofrimento, crueldade e ódio mútuo.
Mais coisas para dizer? Não tenho.
Só o silêncio me parece decente agora.
No Orçamento de Estado para 2024 está contemplado o pagamento de sacos de plástico do supermercado, daqueles fininhos para fruta e legumes. Quatro cêntimos cada.
Eu posso entender isto como uma medida ambiental, como tantas outras necessárias mas que vão interferir com o nosso modo de vida. Porém, a protecção do ambiente tem de ser assunto que toca a todos e não apenas aos totós como nós.
Explico: sinto que, ao mesmo tempo que pago pelos plásticos e me pedem para separar o lixo, por exemplo, às empresas nada é exigido. Se eu comprar uma tesoura, pilhas, periféricos para computador, 3 canetas Bic, e tantas outras coisas (quase todas as miudezas, aliás), tudo vem superembalado com plástico, cartão, metal e sei lá que mais e não tenho notícia de taxação para obrigar as empresas a moderar estas práticas.
O mais bizarro aconteceu-me ontem no supermercado Pingo Doce. Comprei 3 rissóis e a funcionária começou a metê-los numa caixa de plástico de transporte de comida. Perguntei se podia enrolar os rissóis num papel (coisa comum até há pouco tempo), mas respondeu que não - ali ao balcão só tinham caixas. E lá vim para casa com mais uma desnecessária caixa de plástico.
Quando é para taxar só me vêem a mim, é?
Não me lembro quando é que o Orçamento de Estado se transformou numa estrela mediática em Portugal, mas lá que é uma cena bizarra, é.
Acabo de ver, em directo, a saída de Fernando Medina do Ministério das Finanças, bem como a sua entrada no carro a caminho do Parlamento, e sou informada de que haverá câmaras para o seguir dentro da Assembleia da República.
Uma verdadeira estrela pop.
O Orçamento passou a ser sexy! Olarila!
Expresso online, 8/10/2023
créditos @realbillcunningham
"Obra inovadora que dá voz ao indisível," disse a Academia, e entregou-lhe o Nobel da Literatura.
Eu só o classificava como grande e "fora da caixa".
Ainda bem que a Academia falou.