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Última Paragem

O blog do bicho do mato

O blog do bicho do mato

Última Paragem

31
Mai23

Nós

Maria J. Lourinho

Dante, eu pensava que o avassalador amor dos portugueses por Tony Carreira era a prova provada de como somos "poucochinhos".

Mas eis que chegam Ventura e Cristina (Talks) com as suas mentiras e fantasias e, vendo a adesão do povo, percebo que afinal somos perigosamente "poucochinhos".

Assim, venho, de há um tempo para cá, mudando o pensamento.

Antes, incitava a pessoas a usarem o seu voto e a não ficarem em casa em dia de eleições.

Agora, quando as oiço a dizer que não vão votar porque na política são todos iguais - ladrões, e que a elas só lhes interessa tratar da sua vida como a Cristina ensina, penso sempre: não vão, não, deixem-se ficar em casa. E fico caladinha.

Talvez pela abstenção salvemos a democracia. Mas não é certo.

30
Mai23

Anedotas do quotidiano

Maria J. Lourinho

Fui à Worten. Era cedinho e não havia fregueses no balcão da recepção. Dirigi-me ao único funcionário que ali estava e disse:

- Bom dia, queria ver secadores de roupa.

- Secadores de roupa? Isso não temos.

- Não têm? (muito espanto aqui da minha parte)

- Não, temos outros secadores, mas de roupa não.

Lembrei-me então de perguntar:

- E máquinas de lavar roupa, também não têm?

- Isso temos. E também temos Máquinas de Secar Roupa.

- Pronto, isso também me serve. Podemos ir vê-las?

No fim, correu tudo bem. 

29
Mai23

Os idiotas que nos governam

Maria J. Lourinho
 

"Um membro do Governo indiano deu ordens para bombear a água de uma barragem para recuperar o telemóvel que tinha deixado cair enquanto tirava uma selfie. Rajesh Vishwas, alegadamente cumprindo as ordens de um superior, chamou as autoridades para uma operação de busca e salvamento pelo telemóvel.

As buscas na barragem justificavam-se porque o telemóvel continha dados governamentais secretos, disse o homem. Três dias depois, quando o aparelho foi finalmente encontrado, já não funcionava por causa dos estragos causados pela água.

De acordo com o India Today, os níveis da água na barragem caíram até perto dos três metros, deixando o reservatório quase vazio."

Retirado do Instagram, Azul/Público

 

26
Mai23

Que estopada!

Maria J. Lourinho

Mal Viver.jpg

Rodriguinhos de imagem, reflexos nos vidros, som de fundo constante mas com pouco sentido, ao contrário do que acontecia em Sangue do meu Sangue, um hotel que não passa de uma prisão para mães e filhas nas suas eternas questões de amor/ódio, e incomunicabilidade, câmara parada durante eternidades à moda dos filmes franceses dos anos 1970, imagens finais de bilhete postal ou de Instagram.

Claustrofobia gratuita porque não traz nada de novo, ao contrário, tudo é velho, rançoso, e chato.

Duas horas de estopada que ninguém me manda ser parva.

24
Mai23

Acabou o pano na Gulbenkian

Maria J. Lourinho

 

Gulb.jpg

Por esta altura, a Fundação Gulbenkian, apresenta três exposições: uma sobre uma mulher muito importante na vida da Fundação - Madalena Perdigão - uma outra que é um original diálogo entre a escultura de Rui Chafes e a do muito popular Alberto Giacometti, artistas que nunca se cruzaram, visto que Chafes nasceu no ano em que Giacometti morreu (1966), e, finalmente uma exposição com peças da colecção moderna, intitulada "Histórias de uma Coleção".

Quando lá estive, no domingo, havia uma muito simpática fila para entrar nesta última e ninguém para a de Chafes/Giacometti.

Pois, não admira. Quem passa por fora do edifício central apenas vê um grande pano (que se reproduz aqui em imagem) a anunciar a "favorita"; as outras, nem existem.

Que raio de estatégia de comunicação tem a Gulbenkian? Ou será que tem filhos e enteados? Ou será que acabou a verba para o pano dos pendões? Ou será que se lhe acabou a vergonha com este director, Benjamin Weil, a exercer funções desde 2020, e que se revelou um homem de tão apurada sensibilidade que, na ausência de edifício da colecção moderna, resolveu plantar contentores no belíssimo  jardim para neles espreitarmos uns videozinhos?

Se calhar, tudo isso e mais alguma coisa de que me esqueci, ou nem vislumbro.

23
Mai23

Queria escrever isto...

Maria J. Lourinho

...
"Cavaco, cínico e inteligente como é, sabe quando desferir golpes. A velha guarda do PSD entra no partido à hora em que a cavalaria costuma chegar nos filmes.

Há, por isso, no regresso de Aníbal, um pouco do instinto dos grandes generais. O PSD precisa de sair da engonha e aí veio ele de bandeira em riste e de pistola em punho para lhe dar ânimo."

Manuel Carvalho, no editorial do Público, ontem, 22 maio 2023

22
Mai23

O mesmo mas diferente

Maria J. Lourinho

Dantes, dizia-se: teve um filho.

Agora, diz-se: foi mãe.

É o mesmo? Na prática, é!

Mas substituir "filho" por "mãe", no meu entendimento, também torna as afirmações radicalmente diferentes.

Sinto-o, mais do que o posso explicar. Onde se coloca a tónica da afirmação? Qual o elemento mais importante para o falante? O filho ou a mãe?

A mim, soa-me como se,  em vez de dizermos que comermos bife com batatas fritas, passássemos a dizer que comemos batatas fritas com bife.

Exagero? Talvez!

 

19
Mai23

Pensamento contabilístico

Maria J. Lourinho

Em 2022, Portugal tinha 10.820.337 eleitores.

Votaram 5.556.3497

Abstiveram-se 5.256.840 portugueses.

Estes 5 milhões de portugueses não votam, mas opinam. Quer-me até parecer que são os que mais opinam.

A Constituição da República Portuguesa, garante-lhes ambos os direitos - abstenção e opinião, mas se continuarem a fazer uso dos dois, pode acontecer que, pelo menos um, entre pelo cano.

18
Mai23

A Família Netanyahu

Maria J. Lourinho

Família.jpg

Muito publicitado, o livro nunca me “agarrou”. Ficamos a saber que a família do actual primeiro ministro de Israel era absolutamente desvairada. O mundo destes judeus, desde a universidade à casa do narrador – o professor Blum, é cheia de medos, desadaptações e inseguranças.

Penitencio-me: Vou tendo alguma falta de paciência para os judeus na literatura, sobretudo depois de ter viajado muito nesse mundo, sempre em primeira classe, levada pela mão de Philip Roth.

Mas, enfim, tudo vale a pena se...

 


16
Mai23

Quem se lixa é o mexilhão

Maria J. Lourinho

Quando o país vai à falência, como em 2011, é preciso fazer sacrifícios, amentar impostos, baixar ordenados e não se pode gastar nos serviços públicos.

Quando o país está cheio de dinheiro e sem déficit, coisa a que nem sequer é obrigado, não se pode gastar porque não se sabe o dia de amanhã nem se pode "dar o passo maior que a perna", logo, não se podem aumentar ordenados nem melhorar os serviços públicos.

Logo, o provérbio está errado. "Quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão"? 

Falso! o mexilhão português está sempre lixado, quer o mar esteja bravo ou chão.

Que país tão cansativo!

13
Mai23

Não fumo há dez anos mas...

Maria J. Lourinho

acho este artigo de José Pacheco Pereira no Público de hoje, muito pertinente.

Alguns excertos:

Se o “tabaco mata”, mais valia então proibi-lo, do que ter um pé na liberdade de fumar e outro na prevenção dos malefícios do tabaco, sendo que o primeiro pé é tão esmagador que vai muito para além da prevenção, tem uma componente punitiva que afecta a liberdade individual, que passa, como é obvio, pelo direito de escolher riscos.

...

De facto, o SNS deve em certa medida suportar os custos de certos vícios, porque há uma liberdade individual a montante que implica opções de vida que não são “higiénicas”, e quase todas têm custos. Comer gorduras, beber vinho ou cerveja, praticar desportos radicais, apanhar sol a mais na praia, escalar uma montanha, pescar nas bordas das rochas, andar de trotinete com a família toda em cima, nadar numa praia não vigiada, são tudo actividades legais que tem custos na nossa saúde.

...

As sociedades não são assépticas, os homens e mulheres devem ter liberdade de conduzir a sua vida pessoal como entendem, sempre, como é óbvio, sem afectar terceiros, embora em bom rigor isso seja, no limite, impossível. Mas não é nas escassas moléculas de nicotina que se podem inalar ao ar livre, ou numa praia. O que esta nova legislação pretende é moldar os comportamentos através de proibições muito para além da sua utilidade médica, interferindo na vida privada e na sua liberdade intrínseca de, entre outras coisas, fazer asneiras.

...

As sociedades perfeitas não são livres, aprendemos com o “homem novo” de Estaline, com a limpeza étnica dos pogroms e da supremacia branca, e com o regime ideal das utopias sanitárias.

09
Mai23

Lucy à beira-mar

Maria J. Lourinho

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Continuando no tema da pandemia, puxado ontem, devo dizer que acho extraordinária a maneira como este livro me tocou.

Numa escrita sincopada e lisa, quase no osso, Elizabeth Strout leva-nos de novo para os primeiros tempos da pandemia e do isolamento; tão perto e tão longe. Nessa narrativa “como quem não quer a coisa”, nada fica esquecido: o amor, os casamentos, os ex-casamentos, a relação com os filhos adultos e a família, os amigos distantes, os novos encontros, os vizinhos, as grandes e pequenas irritações com o parceiro, as grandes e pequenas mudanças dentro e fora de nós, a morte, o medo, o assalto ao Capitólio, O Black Lives Matter, a pobreza e os que foram deixados para trás -“deploráveis” para Hilary Clinton, mas realmente "os invisíveis" - os apoiantes de Trump e a sua raiva.

É um livro político, no sentido mais lato do termo, de ricos e pobres na América, mas também lá está toda a nossa fragilidade e grandeza, expostas de um modo tão simples que até dói, ou melhor, emociona.

Lucy à Beira-MaR, Elizabeth Strout

Ed Penguin

Tradução de Tânia Ganho

08
Mai23

Na retina

Maria J. Lourinho

A OMS decretou o fim da pandemia de covid-19 como emergência sanitária global.

A declaração merece, talvez, um longo suspiro.

Foram três anos difíceis para todo o planeta e, embora a dificuldade tenha variado muito entre países ricos e países pobres, algumas das marcas deixadas pelo vírus talvez sejam mais ou menos planetárias.

O isolamento e o afastamento social, sem beijos, sem abraços, sem o calor da proximidade, quantas vezes nos momentos em que essa necessidade nos era mais premente, deixaram uma marca negativa numa sociedade já de si cada vez mais individualista.

Os efeitos perversos do afastamento a que fomos obrigados ainda um dia hão-de ser contabilizados, não já.

Na minha retina, até ao fim, ficarão três imagens pungentes: a rainha Isabel na solidão do funeral do seu marido, o Papa na solidão dum tempo de festa e comunhão religiosa, e um homem, anónimo, na solidão da festa do 25 de Abril na Avenida. Nunca os esquecerei.

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07
Mai23

Mãe II

Maria J. Lourinho

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Também sou mãe. De dois homens de reconhecido sucesso. Mas sobretudo de dois homens BONS.

Fazê-los nascer, apesar de tudo, é fácil. Educá-los e formá-los é uma aventura. É preciso atenção, investimento, amor e sorte - uma sorte que, por acaso, dá muito trabalho. Tudo vale a pena.

Filhos são o melhor da minha vida.

 

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