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Última Paragem

O blog do bicho do mato

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Última Paragem

04
Fev23

Quem manda no mundo

Maria J. Lourinho

...
uma nova classe dominante que detém e controla a nova mercadoria produtora de valor: a informação.

A esta classe chama McKenzie Wark a “classe vectorialista”, na medida em que possui os vectores extensivos da comunicação, que atravessam o espaço, e os vectores intensivos da computação, que aceleram o tempo. O que ela possui já não são os meios de produção (as maiores empresas multinacionais já não fabricam os produtos que vendem), como acontecia com a classe capitalista, mas os vectores de informação: ela possui os direitos de autor, as patentes, as marcas, os sistemas logísticos que geram e vigiam a disposição e os movimentos de todos os recursos, os instrumentos financeiros. E é daí, da informação como nova mercadoria, que se extraem quantidades astronómicas de valor.

António Guerreiro, Público, 3 Fevereiro 2023

02
Fev23

Nas curvas da vida

Maria J. Lourinho

Galopim de Carvalho recebeu hoje, de Marcelo Rebelo de Sousa, as insígnias de grande-oficial da Ordem da Instrução Pública.

É uma honra merecida e que ele deve ter apreciado bastante. Não sei porquê, ou melhor, sei, até me lembrei do Manuel Alegre que quando foi informado de que tinha ganho um prémio qualquer disse, e lamentavelmente não recordo os termos exactos, que já vinha tarde, porque esse prémio já lhe devia ter sido atribuído há muito tempo.

Do que conheço do António Marcos Galopim de Carvalho, ou Marcos, ou Marquitos, como era tratado pelos amigos, imagino que deve ter tido algum pensamento semelhante.

Conheci-o há muitos anos em casa de amigos que ambos frequentávamos muito – ele frequentava os mais velhos e eu os mais novos da casa. Nunca me ligou peva. Era, à época, um professor da faculdade de ciências como tantos outros, até que se lembrou dos dinossauros. Conheceu o estrelato, também merecido, mas eu já muito antes o tinha perdido nas curvas da vida.

Voltei a “encontrá-lo” no Facebook onde escrevia posts sobre o que sabia muito e o que sabia pouco.

Um dia, cometeu um erro (nada de grave) de português e o linguista Fernando Venâncio, corrigiu-o. Vou eu, toda lampeira, e dou razão ao F. Venâncio. Vem de lá o Marcos, perdão, o professor Galopim de Carvalho, e imediatamente nos bloqueia aos dois. O Prof Fernando Venâncio ficou um pouco espantado, se não mesmo melindrado, mas eu não.

Aos velhos dá-lhes muitas vezes para a (des)humildade.

E assim perdi outra vez o Marcos nas curvas da vida, desta vez creio que para sempre – é que ele é muito velho e eu também não vou pra nova.

Não verei as insígnias, de certeza, mas lá que elas são merecidas, são.

E se ele ficou contente como imagino, eu fico também.

 

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