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Última Paragem

O blog do bicho do mato

O blog do bicho do mato

Última Paragem

31
Jan23

Livros e confissões

Maria J. Lourinho

"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável.

Essa terceira perna eu perdi.E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar.Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar."

Clarice Lispector em A Paixão de G.H.

Ao contário da Clarice, a mim, a terceira perna do tripé faz-me uma falta enorme. Também a perco, mas logo o procuro incessantemente, porque temo ser a pessoa que nunca fui.

 
30
Jan23

Zona de desconforto

Maria J. Lourinho

Entre Setembro e Outubro do ano passado, acompanhei no jornal Público um caso de plágio do jornalista Vítor Belanciano.

Este, que escrevia artigos muito apreciados, foi acusado, e com verdade, por uma leitora, de plagiar um artigo do jornal El País, publicado uns meses antes. (Veio depois a saber-se que havia antecedentes). A leitora escreveu, denunciando o plágio, ao próprio jornalista, ao director do jornal e ao provedor do leitor.

Todos meteram os pés pelas mãos, empurrando de uns para outros e até desvalorizando o assunto. Felizmente a leitora não era mole e nunca largou “o osso”. Talvez eu seja preconceituosa, mas creio que , se o denunciante fosse um homem, haveria mais agilidade e lisura no tratamento do assunto.

Finalmente, e para abreviar, o jornalista saiu do jornal, despedindo-se dos leitores com um artigo dúbio, e o provedor também foi substituído um tempinho depois. Se assim não fosse, a credibilidade do jornal caía no esgoto.

Quem lê livros e jornais, estudou e foi avaliado, não pode deixar de ficar muito chocado com os casos de plágio que mancham inapelavelmente o nome de qualquer escriba que o faça. Plágio é um roubo como qualquer outro, só que da propriedade intelectual.

Sei que toda a gente erra, toda a gente tem deslizes aqui ou ali, uns mais graves, outros mais ligeiros. Antigamente, situações destas causavam vergonha e o prevaricador saía da circulação por um bom tempo, fazia um período de nojo a que se sentia obrigado.

Ora, o que vejo hoje? Não sei se todos fazem o mesmo, mas Vítor Belanciano passeia pelo país, fotografa-se, publica-se, e (assim) publicita-se no Instagram.

Encontrei ontem, nesta rede social, uma sua fotografia, em que nos olha de frente, descontraído, tranquilo, respirando bem estar.

Enfrenta a câmara sem disfarce, olha de frente para mim como quem diz: olha lá, ó moralista de pacotilha - estou aqui, gamos uns textos e pensamentos aos meus colegas, sou um bocado aldrabão, mas não me envergonho nem me arrependo.

Não faço mais do que viver a vida como ela é no século XXI. Sou apenas moderno.

Finda a observação, senti que tinha entrado a pés juntos na minha zona de desconforto e vim-me embora.

27
Jan23

Eu e o pelotão Wagner

Maria J. Lourinho

Este é um bloguinho despretensioso que eu própria só frequento de vez em quando.

Tive outro, durante 10 anos, bastante mais assíduo e opinativo.

Esta Ultima Paragem, pretende-se calma e mais intimista, ficando-se por poucos leitores e poucos comentadores. E isso é bom.

Qual não é o meu espanto quando, a propósito do post de ontem – “Deus também está ofendido” – verifico a existência, de repente, de 1300 visualizações num só dia, e muitos comentários. Destes, alguns não publiquei, mas publiquei outros absolutamente contrários ao meu modo de ver o mundo. Não sei porque os publiquei, visto que já escrevi aqui, mais do que uma vez, que este blog não é democrático, isto é, é meu e nele só aparece o que eu quiser. Não sei por que o fiz nem vou fazer uma autocrítica, mas posso afiançar que, dada a quantidade de ódio, raiva e violência, não contra mim, mas contra tudo o que é poder neste país, senti que subitamente, vindo da Ucrânia, me tinha entrado pela casa dentro o temível pelotão Wagner.

Conclusão óbvia: este blog não é democrático, mas a democracia portuguesa está em grande perigo.

26
Jan23

Deus também está ofendido

Maria J. Lourinho

Podem explicar-me tudo muito bem e muitas vezes; podem explicar-me como se eu fosse muito burra.

Podem falar-me dos milhões de retorno; podem falar-me de futuro.

Eu posso até perceber e acatar muitos argumentos mas, no fim, e bem lá no fundo, nunca vou compreender,  e muito menos aceitar, que tantos portugueses vivam com frio dentro de casa, ou mesmo sem casa, com alimentação deficiente, sem médico, sem professores, enquanto se constrói um palco/altar por mais de 5 milhões de euros.

Acho que até Deus ficou ofendido quando soube.

25
Jan23

Do you speak portuguese?

Maria J. Lourinho

Num comentário ao post anterior, um comentador anónimo pediu-me para traduzir a celebérrima “tirada” de Margaret Thatcher de preferência para brasileiro.

Claro que percebi a provocação implícita,  mas respondi o óbvio -  que não há brasileiro, apenas português do Brasil.

Noto, porém, com apreensão que, pelo menos na área comercial o Português de Portugal vai desaparecendo a grande velocidade.

Todos os dias, no meu passeio matinal até ao jardim, percorro parte de três ruas e sempre me caem os olhos nestes nomes (apenas em partes das 3 ruas)

Clinical Exercise Center

Skincare

Aqua Healthcare

Clinic, Sports and Aesthetics

Justwood

Globaltemp

Under the Cover

Photo Book Corner

Wisely Rent

ibeauty

Scandinavianbeds

break express

Exercise Studio

Costumava ficar triste, mas agora tudo isto me começa a parecer piroso.

Talvez, quem sabe, num dia ainda bem distante, voltemos a valorizar uma das poucas coisas realmente valiosas que temos – a língua.

24
Jan23

Denzel Washington e Madame Bovary

Maria J. Lourinho

Nomes e mais nomes: cisgénero, transgénero, não-binário, género neutro. E depois poliamoroso, demissexual, arromântico, flúido, e ainda uma infinidade de outras categorias, quer de género quer sexuais, são hoje termos que nos entram pelos sentidos como uma emergência, quando não como a temática mais importante da humanidade.

Foi no início dos anos 1980 do século passado que Margaret Thatcher começou a destruir a sociedade tal como ela se tinha construído no pós-guerra, com a afirmação de um pensamento diverso e mais egoísta, perfeitamente ilustrado por esta sua bem conhecida frase:

 Who is society? There is no such thing! There are individual men and women and there are families

Hoje podemos dizer que o seu pensamento vingou nas sociedades liberais, mas nem ela conseguiu acertar em cheio, pois só previu homens e mulheres. E nem lhe passava pela cabeça o lugar central que a identidade viria a assumir e como seria grave não a ter em atenção.

Se lhe falassem em questões de género, teria, certamente, respondido de novo:

There is no such thing!

Mas há, sem dúvida. O drama é que estas questões estão a ser levadas a extremos que as pessoas comuns não entendem e, por isso mesmo, acabarão por rejeitar com veemência.

Abordar estes temas, explicar, e deixar que, aos poucos, as pessoas os entendam e assimilem, é uma coisa, (e todos temos a ganhar com o reconhecimento duma sociedade mais diversa), impor e cancelar é outra bem diferente, própria de sociedades totalitárias de má memória.

E quando uma companhia de teatro, como o Teatro do Vão, aceita que andou mal, e se penaliza e concede que um papel de transsexual só pode ser representado por alguém transsexual devia ser proibida de fazer teatro, por não ter percebido o elementar - teatro é representação, a arte, de uma maneira geral, é representação. E se não percebeu isso, não percebeu nada. Se, em 2023, ainda não percebeu (passe o exagero) que Denzel Washington podia fazer o papel de Madame Bovary desde que o fizesse bem, insisto, ainda não percebeu nada - nem de representação,  nem de arte, nem do mundo em que vive. 

Só se agarra ao ar do tempo. E mal.

 

23
Jan23

Ler para contá-los

Maria J. Lourinho

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Encontrei esta imagem no Instagram e sorri. É irónica e muito bem esgalhada para quem frequenta a rede - os bookstagramers estão na moda como influencers versados em livros. Reparei, então, que tinha mais de 80 comentários, fiquei curiosa e fui espreitá-los. Qual não é o meu espanto, quando a grande marioria dos comentadores tinha levado o post a sério, e escrevia coisas do género:

- 700, quem me dera. Chego aos 100 e já é bom.

- é difícil. Vou agora no meu sexto livro de janeiro (dia 20)

- no ano passado li 82, foi um excelente ano.

Pergunto-me: estas mulheres (só mulheres) leem livros ou bulas de medicamentos?

Leem para aprender, pensar, sentirem-se gratificadas, viver outras vidas, viajar, encantarem-se com as palavras e o seu uso por cada autor etc., ou para contar livros?

Sabemos que a ironia custa muito a passar nas redes socias mas, mesmo assim, bastava ver que 700 livros por ano dá mais ou menos 13 por semana; e há quem responda a sério.

Um post que começou por me fazer sorrir, acabou a deixar-me triste.

Afinal, o que importa é contá-los.

22
Jan23

A queda de um anj(inho)

Maria J. Lourinho

Pedro Nuno Santos era um santinho (ou anjinho) do altar da parte esquerda do Partido Socialista. Mas caiu do altar, ora empurado, ora por tropeçar nos próprios pés.

Não vou falar do que já é velho, só do novo. Um rapaz de quarenta e poucos anos, devia ter boa memória, mas parece que não. Veio agora dizer que afinal tinha sabido da saída de Alexandra Reis e até do montante da indeminização.

Mas, caramba, insinua ele, isso foi há um ano, como é que eu me ia lembrar assim de repente.

Conclusão óbvia (só porque não me apetece tirar mais nenhuma): 500 mil euro, para o mocito, são trocos. E a quantia é de tal modo irrisória para o senhor ministro que ele até dá o ok por Whatsapp e não se pensa mais nisso.

Lógico que um ministro não se pode lembrar de todas as miudezas, não é?!

21
Jan23

Heresias

Maria J. Lourinho

Sou leitora desde que aprendi a ler. O meu pai, também ele leitor, percebendo os olhares que lhe lançava ao passarmos na tabacaria do senhor Joaquim, comprava-me , com frequência, livros ao tamanho do seu bolso - pequenas histórias ilustradas, em formato muito pequeno, por seis tostões.

Desde aí, nunca mais parei de ler. Parece que o meu pai, ainda novo, tinha uma razoável biblioteca mas, quando ficou tuberculoso, vendeu-a, para ajudar o esforço da família para lhe comprar penicilina. Já não sou do tempo da biblioteca.

Querido pai. Querido pai.

Vem isto a propósito das habilitações que tenho ou não tenho para avaliar um livro e um autor. Formalmente, essas habilitações são poucas, mas tantos anos de literatura dão-me algum direito a opinar.

Por isso não me inibo de dizer, aqui na minha "casa", que António Lobo Antunes ganhou um estatuto que não merece, e que um dia alguém ainda vai ter a coragem de gritar na praça pública que o rei vai nu.

Há muito que tinha desistido dele mas, incitada por uma amiga cuja opinião muito prezo, resolvi ler o seu último -  "O Tamanho do Mundo". 

Uma história mil vezes contada. Que seca.

Ao contrário do que li nas críticas, não acho que seja contada numa toada poética, mas sim numa toada demente, que nem sequer é original, visto que a identifico como claramente inspirada pelos discursos dementes dos dementes com quem trabalhou enquanto exerceu psiquiatria (e que eu também conheci).

O rei vai nu? Para mim, sim. E é minha intenção partir de novo para a ignorância deste nosso excelso escritor.

 

20
Jan23

A vida está pornográfica

Maria J. Lourinho

Um bilhete VIP para o jogo de futebol na Arábia Saudita, onde jogavam, ou jogam, sei lá, Ronaldo e Messi, foi vendido a um magnata por 2,4 milhões de euros.

Diz a notícia que o dinheiro é para solidariedade. Não acredito .(Na Arábia Saudita? Hummmm, engana-me que eu gosto...)

A vida está demasiado pornográfica.

 

 

19
Jan23

Jacinda e a minha fé na política

Maria J. Lourinho

Jacinda Ardern renuncia ao cargo de primeira-ministra da Nova Zelândia

Uma enormíssima mulher e política, que me dava ainda um pouco de fé na classe em termos mundiais. No combate à pandemia, com imigrantes e no massacre realizado por um louco, ela foi exemplar. Na hora de sair, continua exemplar, porque faz o que deve ser feito, mas poucos, ou nenhuns, têm a lucidez e a honestida pessoal para o fazerem. Sai porque quer, ninguém a empurra. Sai porque acha que tem de sair. Seis anos é muito tempo

Excerto da notícia do Público:

Ardern assegurou que por trás da sua decisão não existe “nenhum escândalo desconhecido”. “Sou humana. Damos tudo o que podemos pelo tempo que podemos e então chega o momento. E para mim, é o momento”, disse.

...

"Quero agradecer aos neozelandeses por me darem esta oportunidade de servir e de viver aquele que será para sempre o melhor papel da minha vida. Espero que, em troca, eu tenha deixado a convicção de que se pode ser gentil, mas forte. Empático, mas decisivo. Optimista, mas focado. Que podemos ser o nosso próprio tipo de líder — um que sabe qual é o melhor momento para sair", conclui.

 

Isto é tão extraordinário...

 

18
Jan23

Ai kórror

Maria J. Lourinho

 

cs.jpg

Clara de Sousa publicou, no seu Instagram, esta foto bem humorada, com a legenda - não resisti.

Houve indignação, ai kórror! Houve até quem escrevesse:

"De facto foi uma brincadeira de mau gosto. Muito mesmo. São atitudes como esta que revelam o carácter de algumas pessoas. Baixo nível."

Ora, isto é uma doença chamada RESPEITINHO (não confundir com respeito). Esta doença, parola e temerosa, atingiu quase toda a sociedade portuguesa durante três quartos do século XX.

Eu pensava que tinha sido dada como extinta, mas não. Está voltando. Como o sarampo.

15
Jan23

Amenidades

Maria J. Lourinho

Os tempos não vão de feição para amenidades – raramente me sinto bem tratada numa loja ou num serviço público, os vizinhos se puderem passam ao largo e, à medida que os anos avançam, os mais velhos, sobretudo as mulheres como eu, vão ficando transparentes, isto é, na rua, os jovens nem nos vêem mesmo que esbarrem connosco.

Daí que muito estranhe um, para mim quase fenómeno, que se me vai repetindo.

Ao caminhar na rua, vejo em sentido contrário alguém que me está a olhar e a sorrir. Por vezes, quando nos aproximamos e se gera o contacto visual, ao sorriso junta-se um franco bom dia, ou boa tarde.

Ora, eu creio que nunca tive uma cara particularmente simpática à primeira vista, nem especialmente bonita, se descontarmos a frescura da juventude, e posso jurar que não me lembro de ter vivido, em algum momento da vida, situações como as que descrevi. Chego a olhar-me na vidraça da montra mais próxima para ver se está tudo bem com o vestuário e os cabelos, dado o inusitado destes momentos tão em contra-ciclo.

Fico perplexa e não sei o que fiz para merecer tais afagos de alma.

Mas gosto, sim, gosto. Gosto até muito. E sou grata.

14
Jan23

Uma greve, como todas as lutas justas, não pode cair no vale tudo.

Maria J. Lourinho

Excertos do editorial do Público, hoje, por Manuel Carvalho, com que muito concordo

...
Esta greve começa a fraquejar com a falta de proporcionalidade. Os professores estão numa guerra de poucos custos para os próprios e com danos máximos para a escola pública. A greve self-service é uma estratégia de valentões: perde-se a remuneração de um tempo lectivo e sem verdadeiramente ir à luta consegue-se fechar uma escola. É guerra de guerrilha, embora sem heróis românticos. Os professores estão condenados a perdê-la e a delapidar o seu capital de prestígio.

...

Os professores têm de ser valorizados, os seus poderes na escola e no sistema têm de ser reforçados, as suas carreiras têm de ser dignas e justas. Têm de ser vistos como a mola fundamental para a coesão, a justiça social e o progresso do país. Estamos de acordo.

A justeza destas reivindicações não autoriza golpes sindicais, nem greves oportunistas. Ao seguirem esta via da greve às pinguinhas, que causa danos profundos e prolongados com custos mínimos para si próprios, os professores alimentam um estigma que os perseguirá. Uma má notícia para os seus interesses, uma péssima notícia para a educação.

13
Jan23

Podcasts de livros

Maria J. Lourinho

Podcasts sobre livros vai havendo bastantes mas, exceptuando os de Isabel Lucas, quse todos me desinteressam ao fim de cinco minutos. Recentemente, porém, descobri um que se chama Biblioteca Pública. Passou semanalmente na Antena 1, durante quase todas as semanas do ano passado (exceptuando os meses de verão).

Nele, Dulce Maria Cardoso, Richard Zimler e Afonso Reis Cabral conversam sobre um livro. E é muito interessante porque são três escritores inteligente, lúcidos, bons comunicadores que, como é normal, não coincidem completamente na leitura e apreciação que fazem de cada livro. Se nós próprios já tivermos lido o livro em questão, então "a coisa" fica ainda mais interessante; vemo-nos a concordar ou discordar de ora um, ora outro.

Deixo aqui o link, e depois é só escolher o que se quer ouvir.

https://antena1.rtp.pt/podcast/biblioteca-publica/

05
Jan23

Mulher rica, mulher pobre

Maria J. Lourinho

Joana estudou aos tropeções no Liceu Francês em Lisboa. Ao terminá-lo, emigrou para estudar em França numa escola profissional privada. As aulas começaram em Outubro e Joana tem um um estúdio para morar sozinha. Ao fim de um mês, teve saudades da família (e dos amigos), apanhou um avião e veio passar 3 dias em casa.

Marina não acabou o secundário. Teve um filho, que deixou com a mãe, e emigrou para a Bélgica, onde vive o pai. Arranjou trabalho a embalar produtos vendidos online. Ainda não tem casa e não conseguiu vir ver o filho no Natal com medo de que, sendo tempo de lhe renovarem o contrato de trabalho, a sua ausência pudesse prejudicá-la.

Sabemos que Portugal é um país muito desigual, cada vez mais desigual.

Para as mulheres creio que é sempre pior.

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