Sobre o negacionismo
... "Mas há a prevenção. Primeiro, perceber que a regulação da informação não pode ser a mesma do século XX. Depois, reduzir a pressão a que estamos a submeter a comunidade. Assumir, como ouvi do pneumologista Agostinho Marques, que estamos a passar da pandemia para a endemia. Aceitar que, passada a fase aguda, viveremos com mais um vírus entre nós. Tirar as máscaras na rua, depois nos espaços fechados. Voltar a beijar e a abraçar, não aceitando um “novo normal” trágico para a nossa saúde mental, emocional e social. Prolongar o que não tem de ser prolongado é fabricar negacionistas. As manifestações de ódio, que noutros países perigam a vacinação, são o termostato a funcionar. Agora, concentremo-nos em vacinar as populações dos países pobres, de onde podem vir novas variantes. E regressemos à vida, para amenizar a fadiga que se manifesta em espasmos de loucura. Nuns casos, pela negação da evidência. Noutros, pelo medo paralisante, que não é mais saudável."
Daniel Oliveira, excerto do artigo no Expresso de 17 Set 2021