Eu, a Graça e as máscaras
A nossa Directora Geral de Saúde levou meses para nos dizer que usássemos máscara.
Eu, que ouvia a sua conferência de imprensa diária, ali pelo meio-dia, nem sei quantas vezes a ouvi dizer:
" não vale a pena usarmos máscaras porque elas não nos protegem, só nos dão uma falsa sensação de segurança". Yes!
Não sei se o dizia por não haver máscaras no mercado, se por acreditar no que dizia. No segundo caso seria incompetência, porque o mundo já viveu outras pandemias que nos trouxeram saberes, no primeiro nem sei dizer o que seria. É certo que não havia máscaras no mercado, mas o discurso podia ser - "tapar a boca e o nariz protege-nos a nós e aos outro; se não há máscaras, usemos um lenço ou um cachecol".
Agora, a situação mudou. Com a larga maioria da população vacinada, finalmente podemos tirar a máscara na rua, mas o tom usado é de quem nos dá um rebuçado lembrando sempre que o açúcar mata e que, por isso, é melhor não o comer.
Talvez por isso, o que vejo na rua nestes dois dias é exactamente o mesmo que antes, isto é, uns com máscara e outros sem ela, cada um fazendo conforme está mais de acordo com a sua maneira de viver e entender a situação.
Porém, é bom não esquecer que o uso sistemático da máscara nos retira também a possibilidade de criarmos imunidade e defesas para outras infecções.
Se não nascemos de máscara, por alguma razão será. Acho que até a doutora Graça sabe isso...