Maria J. Lourinho
Chegou à Cordoaria Nacional em Lisboa a exposição do artista chinês Ai Weiwei trazida pela mão do empresário de eventos Álvaro Covões.
Este empresário diversifica bastante as suas produções – tanto vende bilhetes para o Alive, como para touradas no Campo Pequeno, de que é dono, como para fado no Coliseu de que também é dono, ou para exposições de Joana Vasconcelos ou Ai Weiwei.
Do trabalho deste artista chinês a residir em Portugal, é fácil gostar; a grandiosidade, associada ao uso de objectos e materiais conhecidos, o engajamento político do artista, e a cobertura mediática que lhe é dada (e que já não incomoda minimamente a China que, por isso mesmo, o largou), fazem desta exposição um porquinho mealheiro para os senhores Covões deste mundo.
Se é certo que gostos não se discutem (mas educam-se), para ser honesta, devo dizer que, sem pôr em causa o valor do artista, esta não é a arte que me estimula; porque é um pouco panfletária, não me interpela, não me exige esforço, só me seduz.
Não duvido, porém, de que mais cedo ou mais tarde lá irei também deixar a minha moedinha.
Afinal, todos temos de viver – o Ai Weiwei, eu, e os dinâmicos empresários de eventos.