22
Abr21
A rainha
Maria J. Lourinho
Não costumo ler revistas da especialidade mas sei ler fotografias.
Sou capaz de sentir a dor daquela mulher que, por acaso, é rainha de Inglaterra.
Será grande a tristeza pela perda dum marido de tantos anos, mas dor, dor mesmo a sério, foi a saída intempestiva, e para bem longe, dum neto adorado.
O neto que a fazia rir, o que contava anedotas e dizia piadas, o que se metia com ela brincando, o que não tinha medo nem reverência excessiva, o que a amava como se ama uma avó, o que trazia a vida em toda a sua pujança para dentro do mausoléu de Buckingham.
Posso não saber muitas coisas, mas isto sei.