A vacina da Astra
Eu e Angela Merkel fomos vacinadas ontem com a vacina da AstraZeneca.
Tenho tido vontade de lhe ligar a perguntar se, hoje, também tem tido um dia de m@#€@.
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Eu e Angela Merkel fomos vacinadas ontem com a vacina da AstraZeneca.
Tenho tido vontade de lhe ligar a perguntar se, hoje, também tem tido um dia de m@#€@.
É um lugar-comum dizer-se que a vida tem capítulos, mas tem, como os livros; em ambos os casos, para entendermos o capítulo que começa precisamos de ter lido o anterior.
Na juventude, este movimento de abrir e fechar capítulos é-nos quase imperceptível - temos pressa de realizações e muitos objectivos para alcançar.
Quando, porém, a bagagem de cada um já se acumulou, a perspectiva muda e, ao encararmos a inevitabilidade de mais um fim de capítulo, já não nos é estranha a sensação do olhar que se turva com uma fina lente de nostalgia.
Como dizia Mick Jagger numa entrevista, “recordar é muito exigente a nível emocional. Exige reviver muitas emoções, reviver amizades, reviver altos e baixos; é aborrecido e perturbador”, e por isso desistiu de escrever as suas memória.
Tem razão.
Carrego bagagem suficiente para, também eu, de cada vez que alguma coisa chega ao fim e urge que a desfaçamos, sempre seja tomada pela emoção de reviver outros fins, e entre eles os mais difíceis – a morte do pai, e a saída de casa do último filho.
São momentos exigentes e perturbadores, sim. Neles, a nostalgia chega a ficar tão densa que talvez devesse mudar de nome. Mas não sei para qual.
... la nave va.