Apontamento sobre o inho e seu primo zinho
Amanhã vou encontrar o meu dentista e já estou a ficar um bocado agoniada. Não por medo, que não tenho nenhum, mas pela real agonia que é ouvir aquele jovem homem falar.
- Abra a boquinha, por favor, huummm, é este o dentinho, vire a cabecinha um bocadinho para cá, vai ouvir um barulhinho, abra mais a boquinha, se doer levante o bracinho...
Lembro-me sempre da responsável do economato e ementas no infantário de um dos meus filhos.
Eu gostava de lhe perguntar o que tinha sido a almoço, que era uma pergunta que ela também gostava que lhe fizessem, e respondia com desvelo:
- A sopinha foi um purezinho de espinafres, depois foi um peixinho com uma batatinha cozida e uma cenourinha, e para a sobremesa hoje fizemos um arrozinho doce que estava muito bom (nesse tempo, o açúcar ainda não encabeçava a lista dos venenos).
Por que será que há pessoas tão díspares, em idade e formação, que falam assim?