Saudade dos cafés com gente
"Os cafés são uma versão moderna da ágora grega. Locais onde se misturam trabalho e lazer, onde nos entregamos a certas rotinas, a certa preguiça, a certa reflexão, e onde podemos ler, discutir, e depois escrever. Isto nem sempre existe nas cidades de hoje, com o ritmo de hoje."
"O mundo pode caber inteiro num café. Não um pseudo-café, exclusivo, para pares. Não é isso. Um café de verdade, para casais e solitários, artistas com muito ou pouco génio, escritores em angústias criativas, estudantes em exames ou em desamores, bebedores de cerveja ou de vinho, conversadores ou contemplativos. Um café em L, com mesas de mármore sobre pés de ferro a acabar em patas de leão.
Claudio Magris, a propósiro do seu livro Danúbio .
E , sobre cafés, George Steiner escreveu também:
"Enquanto existirem cafetarias, a ideia de Europa terá conteúdo".
"A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegaard passava nos seus passeios concentrado, aos balcões de Palermo."