Detesto aldrabões
E pensou o bom do Houellebecq: agora vou aqui escrever umas coisas com muito sexo (pedofilia incluída), descrições de rabos e vaginas, paixões, traições, frustrações e depressões, e as pessoas vão achar muito moderno, desencantado, fim dos tempos, e eu vou vender disto como pãezinhos quentes.
Se bem o pensou, melhor o fez, e chamou-lhe Serotonina.
Com Houllebecq nenhum crítico parece ser capaz de dizer que o rei vai nu.
Escritor dos tempos modernos, do desencanto, da neurose, da impotência, da importância dada ou tirada ao sexo, do vamos todos morrer daqui a nada, satisfaz na perfeição os apreciadores destes temas, desde que tratados de modo levezinho, porque mergulhar a sério nos problemas das sociedades contemporâneas e abastadas, não vende nem rende.
Detesto aldrabões.